Na música de Dom e Ravel, anos 1970, Animais Irracionais, a
resposta para o que acontece hoje.
Não foi premonição. Era
o que acontecia no país naquela que foi a década mais sangrenta da ditadura.
Hoje abrandada pela mídia, mesmo que noticie, vivemos os mesmos sobressaltos,
os mesmos dissabores de uma guerra não declarada.
Na década de 1970, o inimigo do poder eram os que lutavam
por democracia. Hoje o inimigo é difuso. Está amalgamado no povo – ralé – e todo
ele, via perdas de direitos ou ferido de morte mesmo, é o alvo.
Estamos mais próximos do Reino Animal do que do Reino de
Deus, tão apregoado atualmente. Somos duas classes de animais, ambas irracionais: A que pode,
mata, suprime, achincalha, escraviza, -reprime – lobos com sua sanha peculiar –
e os que se submetem por ação espontânea ou são submetidos via força bruta ou
judicialmente – cordeiros, mesmo sendo ovelhas negras insurretas.
Uns usando todos os subterfúgios e artimanhas próprias dos
predadores, outros atabalhoados não sabendo como reagir por vontade própria, ou
usando para sua defesa, as instituições que deveriam lhe defender mas estão nas
mãos e vontades dos lobos. Fazem parte do jogo e dessa maneira validam
irracionalmente tudo o que está acontecendo.
Esses tempos que estamos vivendo, são tempos de enfrentamento.
Tempos de luta que deve ser acirrada: os lobos não têm contemplação, por que os
cordeiros devem ter?
Porém enquanto os cordeiros governavam, os lobos tramavam e
se empoderavam. Lembram do canhão d’água comprado pelo governo de São Paulo (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/12/pm-tera-blindados-com-jatos-dagua-gas-e-ate-tinta-em-manifestacoes.html
) em uma época que não havia motins nem passeatas? Ultimamente até os cavalos operacionalizados
no ataque aos cordeiros, têm proteção nos olhos e patas. Foram comprados em
dias de bonança prevendo o que estava por vir.
Então, ou viramos todos predadores ou partimos para a luta com
a consciência de que precisamos ter as mesmas armas que eles possuem para nos
defendermos.