COSTELÃO DE NOVILHA

COSTELÃO DE NOVILHA
A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eu não tenho fé.


Fé pressupõe aceitação de tudo que não entendo. De tudo que não vejo. De tudo que não sinto. De tudo que não tem por que dar certo. De tudo que me dizem que devo acreditar.
 Aí começam os problemas.
Se eu não entendo por que devo aceitar? Se tudo não vejo acontecer, porque devo aceitar? Tudo que não sinto, devo aceitar? Tudo que não vai dar certo, devo aceitar? Tudo que me dizem, devo aceitar?
A dúvida  é que move o mundo e traz novas formas de entendimento. Não fosse assim, ainda estaríamos aceitando que o mundo é quadrado e que logo ali termina e há um abismo. Ainda aceitaríamos que o sol gira em torno da terra.  Ainda aceitaríamos a submissão das mulheres com o consequente poderio dos homens. Ainda aceitaríamos tudo que vemos errado no passado como se acerto fosse.
A fé mata.
 A fé levada ao extremo nos faz acreditar que mesmo fazendo as maiores atrocidades, estamos agindo certo. Nos leva a crer que somos superiores a outros segmentos, a outros pensamentos, a outros credos, a outras formas de vida, a outros seres humanos e suas vivências.
Se aceitasse a fé incondicionalmente, não aceitaria a vida como um laboratório  da vida extraterrena.  Não poderia ter tido as experiências que tive . Não.  A fé tolhe. A fé não permite que haja outros caminhos, outros pensares, outras verdades. A fé nos encerra numa mesmice que não nos leva a caminho nenhum. A fé não permite que os conhecimentos sejam sobrepostos aos pressupostos que nos impingem. A fé cega e não nos deixa ver além do nariz.
“É isso que eu boto fé e não arredo o pé”.
Olhe que não estou falando de religião. Religião que não me deu respostas quando precisei pois calcada em fé.
No momento em que, por qualquer motivo, temos fé que vai acontecer alguma coisa, sem embasamento de um pensamento crítico abrangente, estamos focando em quimeras. Em falsas promessas, e mentiras, geralmente.
 Depois?
 Depois perdemos a fé nas pessoas. Em todas as pessoas.  

E todas em que não temos fé, se tornam más aos nossos olhos...

sábado, 23 de agosto de 2014

E ela chegou,,,



Toda perfumada vestindo-se de todas as cores
Mostrando-se em arco-íris deslumbrante!
Bela?
Não, extraordinariamente bela!
Exuberante!
Certinha, nem mais e não menos!
(Com tudo no lugar certo!)
Fazendo os corações de todos baterem mais forte,
Descompassados,
Numa arritmia gostosa,
Que leva a uma felicidade ímpar!
Adoro quando chega assim úmida!
Pronta para despertar desejos,
Amores,
Procriação,
Continuidade!
Sorvo-a lentamente,
Experimentando-a em todos seus odores,
Espiando-a em todas suas formas,
Cultuando-a como se minha fosse!
Sei que não é!
Uma perfeição assim deve ser partilhada por todos!
Mais: devemos espalhar que ela está aí para ser usada por todos num usufruto amplo, profundo, plural!
Sei que não se importa, vaidosa que é,
Em ser buscada,
Espiada,
Sorvida,
Namorada
E tudo o mais que indique uma relação!
Quente,
Proibida e ao mesmo tempo consentida.
Forte,
Com emoções de ambos os lados.
Linda,
Com todas as nuances da estética pura!
Muitos já falaram dela
Como se fossem seus donos.
Não são e não têm esse direito!
Ninguém pode fazer usucapião de seus encantos!
Podem tentar aprisioná-la aqui e ali,
Mas sempre dividirão o prazer de tê-la!
Com todos:
Pobres,
Ricos,
Apaixonados,
Atentos,
Desatentos,
Estudiosos ou simplesmente platônicos...
Humilde, desfruto-a assim: ardentemente platônico,
Com laivos de loucura,
Com suave paixão,
Com carinhos nos gestos!
Onde ela chegou?
Nos pampas,
Coxilhas,
Nas matas,
No litoral,
Na serra e
Onde mais possa caber,
Num desfile de vaidade
Que alcança os horizontes...


Só posso agradecer ao criador por tê-la criado!
Bem vinda ao nosso convívio,

Querida PRIMAVERA. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Arroz de China Pobre



Todos falam também em arroz de puta pobre, como se puta fosse sinônimo de china. Não é. China é sinônimo de Prenda, é mulher, irmã, mãe, prima, vizinha, amiga de um gaúcho.  Se a china é puta, é outra coisa. Não misturem!

Mas voltando para as panelas. O arroz de China Pobre, é um arroz que conjuga os diversos tipos de linguiça com o arroz. Um pouco de banha de porco, duas pernas de linguiça cortadas em rodelas, um pouquito de sal para acertar o tempero e água. Panela de ferro no fogão à lenha, apinche a linguiça para fritar na banha quente, quando bem frita largue o arroz, mais ou menos na proporção da linguiça, deixe refogar um pouco e despeje o dobro da medida do arroz de água,  deixe ferver e pronto. Não ficará molhadinho pois não é da receita.
Essa é a receita original. As outras vieram depois com a facilidade de se conseguir temperos, cebolas, alho, tomate, tempero verde e óleo de soja.

A primeira, quando ia plantar, acompanhar ou colher trigo ou milho no Alto da União (vilarejo entre Cruz Alta e Ijuí) era a comida que eu e meu pai levávamos para ser a nossa refeição. Terra natal de minha mãe e lugar onde se aquerenciou meu avô Felício depois que separou-se do pai em Santiago. Gente simples que nos acolhia, sem posses, ficavam alegres com a comida “diferente” . Acredito que se fome não passavam, a sua comida era mais simples ainda. Isso acontecia quando tinha de 6 a 10 anos. Em torno de 60 anos atrás.

Pois hoje fiz  e as lembranças borbulharam.  Vieram fortes. A quebra do milho, a foicinha no trigo, o carregamento das medas até a trilhadeira, o seu barulho infernal, o armazenamento das espigas de milho no galpão da olaria, o transporte feito por um mameluco e sua carroça puxada por parelha de mulas muito bem tratadas, o armazenamento no galpão de casa, a tarefa de debulhar o milho, de levar trigo ou milho ao moinho para as moagens... Imagens como se fossem fotos. Melhores que fotos. Já viram que as imagens das fotos que hoje fazemos, ficam nas fotos? Como se fossem nossa “memória” auxiliar. Só as manuseando é que lembramos onde e quando?


Tive o prazer de viver esse tempo. Boas lembranças. Mas costumes e dificuldades ficam para trás hoje está muito mais fácil de viver.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A Pirâmide de Maslow e o Bolsa família.


A Pirâmide de Maslow e o Bolsa família.


Vou começar lembrando uma máxima que diz “Deve-se ensinar a pescar e não dar o peixe”. Ao mesmo tempo, cotejá-lo com a Pirâmide de Maslow. Antes  um adendo. Não é uma teoria aceita universalmente pois existem pequenas restrições ou olhares diferentes. No entanto, os estratos colocados em si, não são contestados a não ser para inclusões  ou pequenas modificações. As maiores divergências são com a dinâmica descrita por Maslow para a migração de um estrato para outro. 
Isso posto, vamos ensinar a pescar.
Vamos pegar uma família extremamente pobre, daquelas que vivem abaixo da linha da pobreza e vamos ensiná-la a pescar. Em sendo pobre, a comida é inadequada ou rala, roupas rotas ou inexistentes para manter a homeostase, educação formal pouca ou inexistente, sexo animalesco sem prevenção, respiram pois ao contrário estariam mortos, excretam na maioria das vezes sem cuidado sanitário correto e seus dejetos pululam ao seu redor a céu aberto. Vontades de progredir? Sem maiores perspectivas a não ser por um Salário Mínimo, mínimo, que não vai lhe proporcionar a “subida” ou ascensão para o próximo estrato. Beco sem saída.
O que fazer? Levar o chefe da família para a escola? Longo caminho para quem tem fome, não tem dinheiro para a passagem e realmente, a escola formal lhe livrará das amarras? Quanto tempo levará? Com alimentação falha, qual será seu aproveitamento? Estudos mostram que serão pífios. Evadirá novamente da escola ou não se sentirá atraído pelos nossos chamamentos. Usar os Sistemas  “S” (SENAI, SENAC, SENAT, SENAR) tem que pagar. E da onde tirar dinheiro que mal dá para comer? A mulher não “apita” coisa alguma em casa e mulher é para criar os filhos. No máximo pegar umas roupas para lavar ou alguma faxina  eventual pois existem os filhos para “tomar conta”. Sem perspectiva alguma de frequentar a escola formal e seguir o caminho “normal”!  Os filhos nem vão à escola: não têm roupas e pelos pais não precisam de estudo pois o pouco que eles tem não lhes deu nada em termos de emprego e essa é a sua realidade. Se precisar usar transporte, aí sim que fica difícil: não há! O pai para trabalhar, tem o vale transporte mas o resto da família...
Diante disso, ensinar a pescar? Não tem equipamentos, não tem o básico para suas necessidades vitais, e não lhe proporcionamos os meios de ir à pescaria. Ensinar a pescar que há muitos e muitos anos, muitos tipos de governos, muitas ideologias empregaram e não resolveram o problema. Problema perpétuo que ficaria até o infinito...
Em 2002:
Em Conscienciologia é ensinado que podemos auxiliar o próximo em três níveis. O primeiro é o mais básico: dando-lhe Consolação em forma de doações materiais (roupas, comida, dinheiro eventual). É definido com Tacon Tarefa de Consolação . O segundo com ensinamento que proporcione evolução de quem recebe: Educação técnica ou formal e gestação literária voltada, também, ao entendimento  que leve as pessoas a um desenvolvimento. É definida pelo neologismo Tares – Tarefa de Esclarecimento. O terceiro, mais avançado, a doação incondicional de energia Conscencial aos Amparadores(anjos da guarda, seres superiores, santos, etc) para que estes utilizem em outros seres que necessitem sem restrições de espécie alguma(a minha energia beneficiará até meus “desafetos” se assim for necessário). Individual e intransferível é chamado de TENEPES – Tarefa Energética Pessoal.

Com as políticas anteriores, surgiram as ONGS, os projetos de voluntariado, o Criança Esperança, patrocinados por grande empresas que assim faziam a parte social. Normalmente só o nome era dado e muito poucos recursos. Retorno de impostos e marketing social. Inócuo por não ter alcance  sobre a massa-alvo inteira. Iniciativas governamentais incipientes atendendo parte dos problemas. Vale gás, vale leite, e o embrião do Bolsa Família sem contrapartida no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Valor pequeno que não alavancava absolutamente nada. Alguma consolação, sem alcance maior do que o paroquial. Não tinha maior repercussão macroeconômica! Sem contrapartidas, esmola pura e sem ser política de estado, servia sim, de cabo eleitoral. Aliás, ao  tornar-se  política de estado com seus agentes de execução baseados no município, retira o caráter eleitoreiro dos estados e do governo federal  e o deposita no colo dos prefeitos. Que usam sim como ferramenta eleitoreira.
BOLSA FAMÍLIA.
No primeiro governo Lula, foi aumentado o alcance dos programas sociais e, ao mesmo tempo, tornado política de governo com providências para impedir o desvio dos valores antes que chegassem à pessoas . A utilização de cartões bancários fez a ligação direta da origem com o usuário final. As condicionantes impostas ao programa fizeram a enorme diferença entre os embriões dos vários programas e o Bolsa Família e desarmam as falácias de “esmola”, eleitoreiro (se não o era no governo do Dr. Fernando Henrique sem controle nenhum , não o é no do DrHN. Luis Inácio). Dessas condicionantes, duas ressalto de suma importância:
A – Cumprimento de todos os procedimentos pré-natal, todas as vacinas e todos acompanhamentos pós-nascimento.
        Esse cuidado, fez o Brasil atingir as metas de diminuição dos óbitos das parturientes e infantil,  propostas pela ONU, bem antes dos prazos estabelecidos. Isso é prevenção em saúde e com certeza, virá uma geração mais saudável. Muda o modo de pensar das pessoas, tornando-as previdentes em termos de saúde e não como a minha, que só vai ao médico quando há problemas (mudança de paradigmas).
B – Todos filhos deverão estar na escola.
         Melhora dos tempos de escolaridade em todos os estágios da educação básica, baixa da evasão escolar e com alimentação melhor em casa e reforço na escola, o desempenho na aprendizagem melhora conforme vários estudos que volta e meia são feitos para corroborar a teoria de que crianças bem alimentadas conseguem se destacar das que tem sub-alimentação. Com isso começamos a dar condições de igualdade entre os desiguais...
Outro benefício que trouxe o Bolsa Família, foi o protagonismo dado às mulheres. Em raríssimos casos é dado ao homem. Ela é quem sabe melhor gerir os dinheiros para melhor atender as necessidades prementes. Derruba o mito de que serviria para os homens gastarem com bebidas ou com outras coisas que não aquelas da base da pirâmide proposta por Maslow.
Esse protagonismo, de se sentir valorizada, de atender a sua saúde e de seus filhos, trouxeram um outro entendimento sobre o número de filhos pois a mulher com menos recursos, era vista como fábrica de filhos. Outro mito derrubado. Há diminuição.
Quem mais se beneficia com o Bolsa Família? Os comerciantes, produtores e prestadores de serviço das periferias e dos muitos interiores do país beneficiam-se do volume mensal de dinheiro. Há estudos que mostram a repercussão desses valores injetados mensalmente na Economia do País. Não é pouco. Os valores do Bolsa Família geram 1,7 vezes  no PIB. 
Gostaria de dar um “pitaco” sobre o primeiro estrato da Pirâmide. Deveria ter uma necessidade a mais:  mobilidade.  Nos dias de hoje não há como locomover-se sem dispêndio. Imaginem quem não tem as outras necessidades resolvidas, como atender essa.
A par dessa medida da Bolsa Família, como é bom ver a gurizadinha esperando os ônibus que os levarão para a escola. Tinha inveja, quando criança, ao ver nos filmes de Holliwood as crianças embarcando em ônibus. Já não tenho mais. Ônibus novos, ônibus alugados, ônibus que levam e trazem as nossas crianças sem nenhum custo para os pais e que independem se são partícipes do Programa ou não. É universal.  Isso também é segurança para os nossos filhos e netos.
Os pais não tem dinheiro para comprar livros? Isso já não é problema. Todos os livros do Fundamental e Médio são gratuitos. Alguns livros teem  erros como o noticiado frequentemente? Podem ter sim. Cabe aos professores que os recebem verificarem e não os utilizarem. Eles detém o poder de aceitar e indicar e também reportar a quem de direito para retirá-los.
Pois é e a história de desenvolver todos. Até agora me ative à mulher e às crianças, mas e o homem? A mulher também não tem que ter desenvolvimento técnico ou formal?  
Aí entram os outros programas. Pronatec. Esse programa reputo como o mais ousado até hoje em termos de formação técnica. É tão completo, que beneficia localmente as necessidades da indústria, do comércio, do transporte e da agricultura. Contempla com alimentação e transporte a quem está inscrito. Dessa forma eliminam-se duas necessidades básicas impeditivas que não foram contempladas com os primeiros programas.  Modificou-se muito. Os agentes de aplicação não precisam se preocupar em gerenciar valores, a não ser efetuar os depósitos nas contas abertas em banco estatal, fortalecendo-os e eliminando burocracias. Os agentes de educação técnica são aqueles que as confederações nacionais que abrangem todos os segmentos econômicos do país tinham para gerar mão-de-obra qualificada: SENAI, SENAC, SENAT e SENAR. Eles são sinônimos de qualidade e conhecimento técnico. Seus cursos abrangem o próprio conhecimento técnico, relações humanas no trabalho e segurança no trabalho. Mesmo os cursos básicos, são muito completos.
Homens, mulheres e jovens são os beneficiários desses programas complementares. Atingem uma gama enorme de profissões. Eliminam o aprender na prática que deixa muito a desejar pois não trazem todos os aspectos e se perpetuam os erros. Criam uma nova consciência de trabalho, mesmo simples, altamente técnico.
Salvo melhor juízo, entendo que com esse programa são atendidos os dois primeiros estratos da pirâmide de Maslow e as duas formas mais simples de amparo ao próximo preconizadas pela Conscienciologia: Consolação (necessidades básicas)  e Esclarecimento (auxiliando com entendimento, a evolução do público alvo.
Resultado disso tudo? Um Brasil melhor.