COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

domingo, 28 de agosto de 2016

DOIS GOLPES E UMA VIDA NO ENTREMEIO!



Da maçaroca golpista que durou da morte de Getúlio Vargas ao golpe de 1964 restou-me o conhecimento mas não uma verdadeira noção do que se tratava. Imaturo e sem todas as informações, não alcancei o verdadeiro sentido das palavras de meu pai quando da Legalidade. –“ Se houver revolução vou enganjar!”

 Um velho com esclerose múltipla, problemas mil no coração que o levaram à morte em 1963 e ainda com espírito legalista que se propunha pugnar por um ideal.

1964, 1965, 1967, 1968 perdidos em estudar, cumprir o dever com a pátria servindo ao exército e lutar por um lugar ao sol em uma cidadezinha do interior do RS.

1969 transferência para Porto Alegre para encetar a luta da sobrevivência na Selva de Pedra e iniciando a ter noção do que realmente ocorria no cenário político. Essa luta pela sobrevivência aplacavam meus pruridos de estar na linha de frente. Mal sabia eu que quem estava na linha de frente encontrava meios de subsistir. Acho que faltou oportunidade de encontrar quem pudesse mostrar o caminho. A impotência frente aos desmandos, frente a falta de democracia, frente aos crimes cometidos, preponderou neste período. Intimamente, repetia para mim mesmo vai passar, sobreviveremos para ter uma nação com projeto de nação para todos e não para os donos do bolo que nunca foi repartido.

Veio a esperada abertura e uma nova Constituição foi elaborada. Se não a ideal, pelo menos com perspectivas de ter uma cidadania em forma de Lei.

Continuávamos com sérios problemas econômicos e sem perspectivas de políticas que favorecessem o povão. A cada plano os miseráveis tornavam-se mais miseráveis e mesmo com o decantado plano Real, as galés continuaram a ser tocadas pelo populacho com bancos e investidores estrangeiros navegando em polpudos lucros.

Veio 2003 e achei que tínhamos finalmente alcançado o status de Nação na verdadeira acepção da palavra. Não interessa quem fez. Interessa o script. Trazia ares de que finalmente poderíamos ter uma nação desenvolvida.

13 anos depois o retrocesso. Voltamos ao tempo do Carlos Lacerda refugiar-se na Cuba que ainda era americana: lutando para sermos independentes mas sufocados pelas forças não mais ocultas que mataram Getúlio.

Estou como meu velho pai. Sem um soma capaz de bravuras braçais mas com espírito extremamente legalista e com propósito de lutar,  com as forças do meu intelecto, pela volta da legalidade!

Não sei qual será o desfecho do Impedimento da Presidenta Dilma. O jogo de cartas marcadas tem cacife muito alto e corrompeu os principais alicerces da democracia. Temos batalhas muito árduas pela frente e mesmo com o não impedimento, o cenário é horrível. A democracia está nas mãos de bandidos de todas as instituições que integram a República. Para onde que se olhe há garras afiadas.

Mas como disse o laranja maior do golpe: Deus tenha pena deste país!

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