COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

ENTRE AS ONDAS E A ROCHA, OS MARISCOS!


 
Passei por várias profissões, mas duas delas me deram um foco na área trabalhista de empresas conceituadas no RS: Chefia de Administração de Pessoal e Analista de Sistemas. Entre as empresas: Siderúrgica Riograndense e Metalúrgica Gerdau, ambas do Grupo Gerdau onde me formei como um Administrador de Pessoal. Piratininga formada pela associação da Massey Fergusson e Máquinas Piratininga  de São Paulo. Posteriormente Procergs como Administrador de Pessoal e Analista de Sistemas em folhas de pagamento.

Além do saber acadêmico buscado em universidades por onde passei, tive, portanto, uma grande bagagem prática. Desta Teática poderia trazer inúmeros acontecimentos sobre dia a dia de um setor de pessoal e os relacionamentos empresas x empregados na Justiça do Trabalho, mas me atenho a um que retrata bem o que representa a supressão dos direitos trabalhistas.

Aconteceu na Procergs. Contarei apena o milagre, não direi o nome do Santo e nem época em que ocorreu pois não tenho a permissão dos outros envolvidos no evento. Era época pré-campanha de Dissídio coletivo e fomos para uma reunião marcada pelo Gerente de Recursos Humanos com o Diretor Administrativo. Relatamos o que havia sido pedido pelo Sindicato dos Trabalhadores e lhe entregamos um rol de itens que já eram concedido pela empresa e que poderiam constar de um acordo. Outro rol de itens que poderiam ser concedidos com contraproposta a ser formulada pela Diretoria da Empresa. Uma exclamação genuína de desagrado bem ao gosto de quem representa as empresas: “Vocês de RH sempre puxando a brasa para o lado dos funcionários!”.

O meu gerente ficou calado e diante disso, não me contive e repliquei: “É exatamente o oposto do que pensam os empregados que acham nossa postura pró-empresa! Ficamos como mariscos entre o mar e as rochas!”

É bem isso que representa a nossa Consolidação das Leis do Trabalho a conhecidíssima CLT: a almofada entre os empregados e as empresas.

É muito bonito dizer que com a flexibilização das Leis do Trabalho fazendo com que os acordos sindicais se sobreponham às normas da CLT é um avanço, que as forças são iguais, que todos ganham e etc, etc, etc... Muito bonito mas uma falácia pois os poderes de uns e outros não se equivalem. Só um exemplo: num primeiro momento as empresas promovem pelegos como dirigentes sindicais (Força Sindical). Num segundo momento colocam como cláusula inegociável a retirada do direito de greve. Aprovado isso, foi-se a equidade de forças e aprova-se o que se quer, sem choro nem velas. Vide o que aconteceu nos States com os sindicatos, só para trazer um exemplo de um país que os liberais aceitam.

Perderemos todos com a flexibilização da CLT. Um exemplo do que acontecerá quando as empresas quiserem implantar algo é o que acontece atualmente no País nessa política golpista financiada pelas... Empresas!

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