Primeira onda de frio, resolvi fazer duas coisas de
que gosto e ajudou a passar o dia de
hoje: Uma sopa e fogo na lareira.
Estava com saudade.
Como estou “viejo” as recordações batem fundo nos
arquivos da cachola.
Lembrei de um sopão digno desse nome que fiz em uma
Carvalhada. A Carvalhada em alguns anos tornou-se uma festa simples que eram
feitas no mês de junho.
Era um acampamento de dois dias que fazia em meu
sítio em Águas Claras, município de Viamão. Com direito a fogueira,
brincadeiras e muito trago. No Sábado chegava o pessoal quem posava, montava
barraca e na tarde/noite acendíamos a fogueira, comíamos os quitutes relativos
à data (amendoin, pipoca, bolo de farinha de milho, rapaduras e pra esquentar, quentão,
pinga da boa bebida na guampa. Por volta da meia noite, era servido um sopão
que o degas aqui fazia.
“Pos bueno”, no fogão campeiro desse dia da lembrança,
tive que retirar o fogo para a mesa do fogão pois o panelão não cabia no espaço
normal da chapa. Óleo quente, dois quilos de músculo, uma galinha inteira, um
quilo de linguiça. Enquanto fritava, cortei um quilo de cebola, duas cabeças de
alho, um quilo de tomate e apinchei dentro. Um dos convidados, pai do meu
chefe, não resistiu e exclamou não tão baixo como queria: - Estragou tudo! Ouvi
e como bom anfitrião, nem muxoxo fiz. Continuei na lida. Mandioca da horta, batata
doce, moranga, milho verde, cenoura, couve, batata inglêsa, repolho, salsa, ponta do ramo de morang, flor
da moranga e nem sei mais o que!
Pra acompanhar queijo colonial ralado e o
indefectível cacetinho.
Na hora que dei a ordem de servir, fiquei tomando
um traguinho e observando. O progenitor do meu chefe visivelmente consternado
pela heresia que cometi com o alho, pegou um pãozinho e um pouco do queijo e
menos de meia concha de sopa, rala, quase sem entulhos e sentou-se à mesa. Eu
bitucando. Pois deu a primeira colherada acabou logo e foi servir-se de muito
mais satisfeito com o resultado.