COSTELÃO DE NOVILHA

COSTELÃO DE NOVILHA
A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Hoje 1º de novembro de 2017 sou apátrida.



Em 15.06.2013 louvava o Brasil pela performance social e econômica.
Hoje 1º de novembro de 2017 sou apátrida.




sábado, 15 de junho de 2013

EU TENHO ORGULHO.

EU TENHO ORGULHO. Assim gritado nos moldes da Internet.
Dicionário Houaiss.
n substantivo masculino
1 sentimento de prazer, de grande satisfação sobre algo que é visto como alto, honrável, creditável de valor e honra; dignidade pessoal, altivez
Ex.: Camões invoca as musas imbuído de sereno o., com o “saber da experiência feito“
1.1 atitude moral ou psíquica que afasta o indivíduo de práticas desonestas ou desonrosas
Ex.: ao final, o poeta implora “No mais, musa, no mais“, seu o. quase impedindo-o de narrar feitos indignos de um lusíada
2 Uso: pejorativo.
sentimento egoísta, admiração pelo próprio mérito, excesso de amor-próprio; arrogância, soberba, imodéstia
Ex.: alimentava-se de um o. ostensivo por ter suplantado o mestre
2.1 atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; vaidade, insolência
Ex.: aquele o. é típico de jovens inexperientes
3 Derivação: por metonímia.
aquilo ou aquele de que(m) se tem orgulho
Ex.: este cantinho é o seu o.
Orgulho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Para outros significados, veja Orgulho (desambiguação).
Orgulho é um sentimento de satisfação pela capacidade ou realização ou um sentimento elevado de dignidade pessoal. Em Português a palavra Orgulho pode ser vista tanto como uma atitude positiva como negativa dependendo das circunstâncias. Assim, o termo "pode" ser empregado de maneira errada tanto como sinônimo de soberba e arrogância quanto para indicar dignidade ou brio.
Algumas pessoas consideram que o orgulho para com os próprios feitos é um ato de justiça para consigo mesmo. Ele deve existir, como forma de elogiar a si próprio, dando forças para evoluir e conseguir uma evolução individual, rumo a um projeto de vida mais amplo e melhor. O orgulho em excesso pode se transformar em vaidade, ostentação, soberba, sendo visto apenas então como uma emoção negativa: a Arrogância.
Outras pessoas classificam o orgulho como exagerado quando se torna um tipo de satisfação incondicional ou quando os próprios valores são superestimados, acreditando ser melhor ou mais importante do que os outros. Isso se aplica tanto a si próprio quanto ao próximo, embora socialmente uma pessoa que tenha orgulho pelos outros é geralmente vista no sentido da realização e é associada como uma atitude altruísta, enquanto o orgulho por si mesmo costuma ser associado ao sentimento de capacidade e egoísmo.
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Eu sou muito orgulhoso.
Dias destes houve um movimento no face em que colocavam que não deveríamos ter orgulho pois era ruim. Faz parte de movimentos que tratam de deixar você mais atrelado ao complexo de vira-latas que eu chamo complexo de guaipeca(gauches= cão sem raça definido, até sarnento) . Ou seja quem nasceu guaipeca nunca chegará a ser um pedigri. E aí veio um nordestino porreta faminto, apedeuta, que nos mostrou que mesmo guaipecas podemos ter orgulho.
Sou daqueles guaipecas encaniçados em roer ossos difíceis e fui aos amansa-burros.
Orgulho nada tem de ruim.
Orgulho sadio que nos faz bem.
Orgulho que nos faz crescer.
Orgulho de ver um trabalho nosso bem feito.
Orgulho de nossa capacidade de empreender.
Orgulho da nossa capacidade de ultrapassar outros países em índices, esportes, conquistas, beleza, inteligência e o que mais quiser medir.
Orgulho de não estar em crise, mesmo que tentem nos incutir.
Orgulho de estar com emprego quase pleno enquanto o mundo todo está tentando sair de problemas muito maiores.
Orgulho de estar superando crises quando o mundo desenvolvido está matando seus habitantes por amor ao dinheiro/capital.
Orgulho de ver problemas antigos, que nunca foram realmente atacados, serem resolvidos.
Orgulho de ter conquistado o direito de ter uma Copa das Confederações, uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, com todos os custos e, reciprocamente, todos os benefícios que elas trazem.
Orgulho de ter um governo que pensa como eu. Um governo que se eu tivesse tido em minha infância, ela seria menos dolorida.
Orgulho de poder enxergar que posso ter orgulho sim, pois estamos fazendo tudo o que podemos fazer e do melhor jeito mesmo contra a vontade de alguns.

Orgulho meus amigos, de nessa vida, ser Brasileiro e ver essas conquistas todas serem materializadas depois de anos sendo prometidas...

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Motoristas de carro-de-praça!


Tenho dois motoristas de táxi que são o oposto da categoria no quesito política. Um trabalha em Santa Maria. Terminando a segunda faculdade. Não disse qual. Ficamos amigos em um domingo em que fomos esperar a filha na rodoviária. Como tínhamos restrições de horário de ônibus para ir de Itaara a Santa Maria e fomos primeiramente a um dos shopings da cidade. Fizemos um passeio e na hora em que chegaria o ônibus, procuramos um táxi. Não havia nos pontos conhecidos, e os muitos que passavam estavam com passageiros. Devagar começamos a nos deslocar para a rodoviária, atentos ao movimento e com insistentes sinais aos táxis passantes. Até que conseguimos. Para quebrar o gelo, lancei: Que crise hein? Só no noticiário, retrucou ele. Passou a dizer que nunca trabalhou tanto. Arrematou, graças a Deus e isso que sou empregado. Tenho uma vida boa e já estou na segunda faculdade. Já passei em concurso para o estado e o Sartori, não chamará ninguém...
Voltando ao assunto crise. Shopings cheios, nas quartas quando vou a Santa Maria à noite os restaurantes cheios e não são os baratinhos, não. Em dias de semana movimento com pessoas comprando e comprando. Pedi um cartão e passei a utilizá-lo quando preciso.
O outro é daqui da província. Esse é Petista. Hoje me perguntou sobre o “fora Dilma” e acabamos conversando bastante. Ao fazer uma exposição a ele me veio um palpite, um insight!
Não é que começa tomar forma uma ideia que há algum tempo me encasqueta?
Qual seria essa ideia? Uma pergunta que me fazia desde a tresloucada cruzada do PSDB e do emplumado-mor Aécio: Por que a pressa em ser presidente? Por que tinha que ser em 2014? Por que não podem esperar? O que há por trás dessa pressa toda? Junto com eles vieram primeiro os black blocks – note-se que é a mesma tática aplicada na Ucrânia. Mudaram, salvo alguns safanões e a necessidade de se protegerem alguns, tudo ocorreu em paz. Paz essa que me deixa com a orelha em pé pois muito ressaltada pelas mídias, ordem de cima? Pressa, atalho para o poder, idas e vindas da mídia, uma hora puxando o saco do governo e na outra baixando pau como a acelerar as coisas ligadas à política.
Por que a pressa? Por que os atalhos e conluios para tomar – não conquistar o direito de exercer – o poder?
A resposta está no cenário mundial. Não só a Grécia preocupa. Vários outros países estão na marca do pênalti. Pra coroar o estado/país Porto Rico, de rico só o nome. Fontes do país dizem que a nova bolha tem prazo para estourar. Aí Uncle Sam tem pressa e quem ajuda a financiar essas falcatruas também tem. Tem grana em jogo, bufunfa, pila ou como quiserem, Dólar. Nada de mirréis ou reais. É grana grossa que irrigou o golpe na Ucrânia. Do mesmo multimilionário Soros que já admitiu que mexeu seus pauzinhos por lá. Basta ver que Brasil é sua prioridade ao mexer com as ações da Petrobrás e seis meses depois exercer um lucro de 50%. Olhem o vídeo dos Irmãos Koch. Fizeram o que os nossos deputados tupiniquins estão tentando fazer aqui, lá nos Estates...
Com isso, Uncle Sam intica (gauchês = provoca) o Urso Polar, sorrateiramente ataca novamente todos os países com governos não alinhados na América Latina e a migração do dólar para outras moedas em transações internacionais. Nem falo da independência monetária dos Brics em relação aos atuais organismos que gerem a grana no mundo

sexta-feira, 16 de junho de 2017

DE BRIGADAS ANTI-TUMULTOS. Rescaldo da Lanceiros Negros

DE BRIGADAS ANTI-TUMULTOS.
Servi no 7º Grupo de Canhões 75 Auto-Rebocado de Ijuí RS no início da famigerada Ditadura em 1965. Fui soldado raso. Passei no curso de cabo em primeiro lugar. Fui convidado a participar do Pelotar um embrião do atual Pelops. Era um pelotão muito bem preparado e que poderia se desmembrar em dois ou quatro, conforme o objetivo. Mas a principal atividade era coibir tumultos. Não havia protetores faciais, escudos, cassetetes, balas de borracha, bombas de gás e outros aparatos modernamente usados. Mas a truculência era ensinada a rodo. Sabia e sei matar com as mãos. Aprendi lá. Sei os movimentos que desarmam, agridem e prostam quem não é treinado. Posso não conseguir realizá-los pela decadência corporal natural em decorrência da idade. Mas sei como se faz. E sei o mote que é ensinado: Quem não está do nosso lado é inimigo!
Esses ensinamentos não foram dados para que combatêssemos exércitos inimigos. Era para combater civis sem preparo que se opunham ao regime.
Quando vejo ou ouço relatos de desmandos (não há outra palavra para descrever uma ordem mal dada de onde quer que parta) da Briosa Brigada Militar lembro dos treinamentos que tivemos no 7º GCan AR de Ijuí. "Querem morrer seus molengas? Batam primeiro! Atirem Primeiro! Obedeçam as ordens! "
Já vi carga de cavalaria com sabres desembanhados contra pedestres desarmados. Já vi cassetetes usados contra professores desarmados. Já vi balas de borracha furando olhos. Já vi tudo que uma brigada anti-tumulto pode fazer de maldade.
É legal? Foi Ordenado?
Contraponho é humano? É ético. É moral?
O que foi legal Ontem já não é Hoje e o de hoje pode não ser o de Amanhã! Quem
dá ordens Hoje, não dava Ontem e sua passagem será efêmera Amanhã  pelos desmandos que cometeu!
Eu me vejo, me enxergo, me identifico nos policiais do bope enquanto jovens pontuadores das atividades da BM. Fui pontuador no exército. Guia de educação física. Fazia a trilha em tempo record. Desmontava e montava a metralhadora Hotckiss com os olhos vendados em tempo record.  Então me vejo nos membros do Bope. Foram melhores que seus pares e por isso são a elite da Corporação. Os melhores. Os mais capazes. Os mais OBEDIENTES. Os que não refugam ordens.  Nunca veremos pessoas com mais de trinta anos em uma Brigada anti-tumultos. Esses já tem discernimento. Questionarão as ordens.
Em sendo anti-tumultos as brigadas não atuam no combate direto corriqueiro à bandidagem fortemente armada e aí sim justificaria todo o aparato com que se resguardam. Só em ações grandes onde são massivamente superiores em número e aí sua vantagem. Não se veem tantas assim.
No cotidiano, vemos sua atuação (a do Bope) em proteção à Assembleia Legislativa para que funcionários públicos não possam entrar na Casa do Povo para acompanhar  votações de seus interesses. Contra protestos pacíficos. Contra mulheres e crianças à noite em uma desocupação desumana.
Não há dinheiro para nada, mas gastar 800 reais em uma bomba de efeito moral existe. Não importa se quem irá inalar seja um adulto, uma mulher grávida, uma criança, um passante... Uma bomba de gás lacrimogênio não é seletiva. Ataca todos.
Tirar alguém do lugar que ele chama de domicílio na noite, é vedado até para atacar bandidos. Fazer isso com criança...
Como disse entendo perfeitamente os Brigadianos do Bope.
Entendo mas não os desculpo (tirar a culpa). Perdo-os por entende-los incapazes de insubordinarem-se a um desmando.
Certo dia há tempos tive encontro em uma sessão, com um espírito que anunciou o acirramento das maldades no mundo com o ápice em 2018. Mais não disse apesar de perguntado.
O APOCALIPSE é aqui e agora.
Como disse um dos CUNHAS (existem milhões):
Deus tenha pena desse País!

quinta-feira, 15 de junho de 2017

LANCEIROS NEGROS- Uma epopeia trágica


Ano Santo de 1835
Com a promessa de liberdade, os escravos negros foram cooptados para lutar numa causa que não era sua. A "pedra de toque" para que aceitassem foi a promessa de liberdade. Quem não aceitaria? Os promotores do movimento eram em sua maioria fazendeiros, comerciantes e produtores de charque. TODOS MAÇONS. Como em todos os "movimentos libertários", movimento foi em sentido de cima para baixo, com a plebe servindo de peões, a famosa bucha de canhão. Esses foram os que morreram, passaram trabalho, sofreram e colocaram fora a suas vidas. Perderam tudo!

Ano Santo de 1845
Com o armistício assinado pois que um objetivo maior dos Maçons maiores (Duque de Caxias e Imperador com seus conselheiros inglêses da ordem também): Guerra do Paraguai fomentada pelos comerciantes maçons inglêses.
Só os negros do batalhão de Lanceiros Negros tiveram que depor suas armas.
Para não contemplar seus feitos em lutas com o prêmio prometido, foram assassinados pelos até então companheiros.
Lógica Maçon. Não poderiam mandar para o campo de lutas os negros escravos. Bravos, aguerridos, mas de uma classe não humana na sua visão!

Ano Santo de 2015
180 (cento e oitenta) anos após, um grupo de sonhadores sem-teto tomaram posse de um prédio do Governo do Estado do outrora Grande Rio do Sul. Acharam que, como não havia dinheiro, o Maçon que governava então o estado, poderia se apiedar e conceder as moradias que lhes faltavam.
Deram um nome pomposo de um grupo de bravos e aguerridos lutadores: LANCEIROS NEGROS!
Isso deve ter incomodado muito o Chefete masson ocupante de um palácio só pra ele. Ele tem um dever para com a elite que bancou sua eleição. Central, vai ser doada por valor sub-apreciado para alguém de sua estirpe. Como acontecerão com as sedes e patrimônio das fundações extintas.

Ano Santo de 2017
172 (cento e setenta e dois) anos depois do massacre dos originais Lanceiros Negros, os atuais Lanceiros Negros, foram atropelados à noite, REPITO À NOITE QUANDO NEM BANDIDOS SÃO INCOMODADOS POIS O LOCAL QUE USAM COMO LAR, É INVIOLÁVEL À NOITE!
Um babaca da Justiça, justificou (???) que era para não atrabalhar o trânsito! O TRÂNSITO FOI A DESCULPA NA VÉSPERA DE UM FERIADO! Logo ele que deve receber o auxílio Moradia indecoroso pagos aos já marajás da Justiça. Não posso afirmar mas como todos da elite que se sobressaem, deve ser masson!
Aí vem um comandante dos capitães do mato fardados e diz candidamente que não esperava a reação anormal que aconteceu. Ingenuidade? Maucaratismo? Mentiroso? Se não esperavam, porque todo o aparato de bombas e balas de borracha?  Sabiam sim que haveria guerra e NÃO TINHA COMO NÃO TER! Experrimentem me tirar do lugar que chamo de lar à noite, seja qual for o motivo e só me pararão com a minha morte! Não tem conversê! NÃO TEM CONVERSÊ! Não há argumento no mundo que convença alguém! E o meliante ainda joga a culpa nos ocupantes de que não houve diálogo!
Peço desculpas aos amigos maçons. Mas se não tomarem partido, estão sendo coniventes!

segunda-feira, 27 de março de 2017

O Gaudério e a Prostata


Pois fui no Urologista.
Na fila para levar o dedaço dois gaudérios da moda antiga. Não deixei de imaginar diálogos, situações e pilhérias com essa "desventura" do macho mais anacrônico que tem que se render à sua natureza: todo homem irá sofrer com sua próstata. Mais cedo ou mais tarde.
Vamos aos devaneios, com uma explicação: o linguajar é do gauchês da campanha!
-Gaudêncio, tive com a parteira Joana e priguntei prela causo de quê tu mija toda hora.
-Mais logo praquela fofoqueira de marca maior! Já fiquei falado! Amanhã tenho que í na venda do Tiburcio e, mais certo que ele vai tá lá, é que o assunto também vai tá!
-Mas ômi de Deus, ela é estudada e não tem outra ou outro que possa nos dá uma explicação! Tu mesmo te queixa toda hora.
-Tá, mais eu te disse que ia no dr. Firmino quando for o dia de atendè no povoado! Queque ela falò?
- Se não for servegonhice tua prá se amostrá em todo canto, até na istrada, é probrema da tal de prosta! Todo ômi despos dos cinquenta tem probrema. Uns ruim e otros não tão ruim!
-Não disse? Me amostrá Maria? Que amostrá? Pra quem? Pras vaca? Já não gostei das conversa.
-De mais a mais, tu ia tê corage prá contá pro douto Firmino esse incômodo? Quando te saiu aquele probrema nas parte de baxo tu foi te tratá com o farmacêutico de vergonha do teu primo. Aquele é outro que não tem tramela na lingua! Fala até da muié dele.
-É, tais coberta de razão! Se é assim vo me consultá la na cidade. Mais deve de te um estudo especial pra trata disso. Ela não falo qual era?
-Falô, um tal de Urinologista. Tem um otro também, mas não me alembro o nome!Urinologista tem mais. Disse que em Santa Maria tem um especial de premera, acerta tudo! Me deu inté o indereço e o telefone prá marcá. Parece que é meio careiro. Tem que passá na Comperativa e pegue uns troco bão. Te aperpara, conforme tem que fazê um insame chato com os dedo na bunda.
-Mais que conversa é essa, Maria? Que dedo, aonde?
-Não quero te assustá já que fica brabo inté quando mincosto em ti por trás. Me parece que é isso sim.
-Já me dexô com a pulga atráis da oreia! Acho que não vô, ora dexa ome mexê na minha bunda!
-Seje besta omi. O Dr. é istudado e deve de fazê tudo com respeito.
-E lá mete o dedo na bunda dos otro é respeito!
-Inquanto tu não te aconsultá do probrema não deito sem carça pra ti. Nao sei se é pegajoso! Vá que também pegue essa pereba!
-Ara, vô mais vô arrenegado! Amanhã vai comigo na venda e aproveitamo que lá tem telefone e marca de me aconsultá já na segunda.
Dia da consulta. Omeriu véio em peso. Todos abichornados, se olhando de esgueio, mais desconfiado que quero-quero com ninho! Gaudêncio e Maria chegaram cedo, como todo interiorano. Mas mesmo que fosse por ordem de chegada, ele deixava os outros passar na frente, dava desculpa de que iria só mostrar uns exames. Nesse meio tempo, numa das chamadas, veio o doutor no lugar da secretária que tinha ido ao banheiro. Gaudêncio se arrepiou ao ver o tamanho do dedo  médio do doutor. Mais comprido que os outros e mais grosso e com um nó em uma das juntas.
-Esse desinfeliz deve de estralar só esse dedo, pensou consigo mesmo.
As caras dos que saiam não eram nada animadoras. Constrangimento era pouco. Cabisbaixos e nem se despediam. Pareciam cachorros escorraçados!
Algumas gotas de suor frio lhe escorreram nas têmporas, mesmo com o ar condicionado a todo o vapor.
Chegou a sua vez, não tinha mais ninguém na sua frente. Travou quando o Dr. lhe deu a ordem de passar. Não disse ai de nada. Maria teve que quase lhe puxar a força. Arrenegado e desconfiado, olhou tudo com curiosidade. Mais calmo, sentou em frente ao doutor que lhe perguntou:
-O que lhe traz aqui seu Gaudêncio?
Não conseguiu falar. Quem respondeu foi Maria que lhe acompanhou nesse infortúnio!
-É que o omi véve mijando toda hora. Não passa de meia hora duma e doutra.
-É problema de Próstata com certeza. Vou pedir uns exames vou lhe receitar uns remédios e hoje só vamos fazer um examezinho de toque.
Pronto, Gaudêncio saiu do torpor, chegou a hora. Vontade de sair correndo mas as pernas não lhe obedeceram. Foi caminhando num rápido nervoso pro lugar onde o doutor lhe indicara. Desencilhou-se da guaiaca, desabotoou as bombachas e a cueca samba-canção e arriou-as até os joelhos conforme lhe ordenara o doutor. Tudo como  um cordeirinho prestes a ser sacrificado!
Cravou os cotovelos na maca resignado. Ainda tentou resmungar alguma coisa, mas foi tarde demais: meio dedo já tinha entrado! Trancou tudo. O médico, senhor da situação, lhe segurou o ombro e consumou o ato com todo o dedo atolado. Ficou menos de dez segundos mas parecia uma eternidade. Remexeu como quis, tirou o dedo deixando um vazio. Nem sentiu quando o médico lhe limpou os fundos...Lentamente e com o olhar perdido em um ponto qualquer da sala, colocou as vestes no lugar e afivelou a guaiaca! Nem ouviu as últimas recomendações, queria ir logo embora.
Na volta pra propriedade nem parou no povoado e na bodega. Foi reto pra casa. Maria até estranhou que só parou uma vez para urinar. Não falou um ai com Maria, que foi se preocupando cada vez mais com essa atitude.
Por mais de mês ficou pelos cantos abichornado, sem tento pra nada. Nem ir ao campo pra ver o gado, não foi. Ficava só atento ao rádio prestando muita atenção na hora dos recados. Nas horas do chimarrão mais quieto do que defunto! Só alegrou-se quando o filho veio lhe visitar a pedido escondido da mãe que achava que iria dar uma coisa no marido de tão triste que estava!
Conversa mole pra cá conversa mole prá lá, quando Gaudêncio foi à casinha urinar, Maria contou ao filho toda a desdita num jorro só, antes que ele voltasse.
Quando voltou o filho o convidou pra dar uma volta de a pé mesmo pra botar as prosas em dia.
-A mãe comentou comigo tudo que aconteceu. Assim como ela tem que se submeter a algumas coisas para tratar da saúde, nós homens, precisamos também passar por certos procedimentos que não são pra nos humilhar nem fazer pouco caso de nós. É necessário pra nós vivermos um pouco mais e com mais saúde!
-Sei tudo isso meu filho, o que está me doendo é que nem teve namoro. Nenhuma bolinada, nada. E essa falta de notícia, nem carta, nem telegrama. Chasque na rádia então...

quarta-feira, 22 de março de 2017

The news slaves!

Nova escravidão!
Bem vindos os meus amigos que ainda trabalham e não querem ser "empreendedores" ao seu novo status: The news slaves!
Vou colocar um exemplo simples de ser entendido.
A empresa em que estás trabalhando te paga 100 reais.
Vai chegar a hora em que ela decide não tê-lo como empregado e te chama: abre uma empresa. Te pago os mesmos 100 reais o resto é por tua conta. Não vais perder nada. Nem precisa pagar imposto!
Sentiu que se precisar ficar mais horas trabalhando tens que pedir horas extras para teu chefe que é tu mesmo. Quer férias? Peça pro chefe. 13º ? Já sabes a resposta!
Teus rendimentos cairão pela metade. Deposite 50% do que receberes, para cobrir férias, 13º e todas as conquistas que os petralhas estavam ampliando e defendendo.
Uma outra forma.
Teu patrão além dos 100 mirréis que te paga, arca com mais 100. Os famosos encargos sociais, que empresários chamam de custos e querem de toda a forma reduzir. Sabem que deletar a CLT vai ser mais difícil que aprovar a terceirização que nem sabes o que é! Se entrares em uma empresa terceirizada, o teu salário de 100 mirréis, vai baixar para que o empregador fique pagando no máximo, 200 mirréis (100 do salário e 100 dos encargos) e o lucro da terceirizada, que no mínimo deve ser de 30 a 40%. Então acompanhando o raciocínio, seu salário de 100 baixa para 60 a 70 mirréis ou já transformando em pila (moeda gaúcha). Mas para que haja vantagem além de não precisar gerenciar essa massa ignara de rebeldes escravizados, deve negociar para 40 ou 50 do valor inicial.
Ah, mas do salário mínimo não tira vantagem. Realmente, o salário mínimo serve apenas como referência para as aposentadorias pois todas as categorias tem um piso salarial que se sobrepõe ao mínimo. As empresas jogam com terceirizadas que tenham piso menor que o seu! Simples assim! Sempre irão ganhar!
Joel Bento Carvalho, Ex chefe da Administração da Usina Farrapos do Grupo Gerdau, Ex Assistente de Relações Industriais do Grupo Gerdau, Ex Chefe de Administração de Pessoal de Máquinas Piratininga subsidiária da Massey Fergusson do Brasil e Grupo Máquinas Piratininga de São Paulo, Ex chefe da Administração de Pessoal da Procergs (empresa de TI do Governo do RGS), Ex Analista de Sistemas da Procerges em folhas de pagamento de todas as empresas de economia mista do Estado do Rio Grande do Sul e de todas as Fundações Estatais!+- 18 entidades)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Nova modalidade de ESCRAVIDÃO?



Terceirização, menor aprendiz, primeiro emprego, agência de empregos
 - Nova modalidade de ESCRAVIDÃO?

Em que difere a escravidão clássica com as outras práticas que se seguiram? Senão vejamos. Os escravos tinham roupas (muitas vezes parcas, restos e em alguns casos, uniformes), comida (restos de refeições para os de dentro de casa, restos não aproveitáveis de colheitas ou abatedouros - miudos de bovinos e ovinos que não eram aproveitados pelos patrões) e abrigo contra o frio. Não tinham salário que propiciasse uma melhora de vida. Aliás por lei não podiam melhorar de vida.
Terminou-se com a escravidão. Fazendas de Café e Cana, conseguiram com o governo, mão de obra barata com a imigração! Mudou o contrato, mudaram as regras. Os oriundi recebiam uma porção de terra emprestada para que plantassem o seu sustento alimentar. Roupas eram de sua alçada. As casas, cada um fazia a sua. O seu dono só dava as árvores para que pudessem materealiza-las. O salário era a meação quando era a metade - normalmente uma percentagem ínfima, que se estende até os dias de hoje. O que não deu certo e os "colonos" conquistaram certa independência? Eles tiraram mais que o sustento alimentar de suas pequenas porções de terra. Produziram coisas que as grandes propriedades não produziam e o excedente vendiam para o próprio fazendeiro ou para comerciantes e atravessadores. Assim o básico para sobreviver tiravam da terra, os ganhos de produção sobravam todos! Aos poucos amealharam condições de se tornarem independentes e fugiram desta nova escravatura. Foi um erro de estratégia não previsto na Parceria.
Fazia-se mister nova escravatura. Veio com a industrialização e estendeu-se ao AGRO É POP em forma de contrato de trabalho, de início livre, sem peias que fizessem do trabalhador assalariado um ser livre. Ao invés de senzalas, cortiço. O salário irrisório, não contempla todos seus anseios mais primitivos como alimentação justa, vestimenta condizente, educação libertadora. Aliás esse quesito sempre foi focado para o suprimento de mão de obra voltada para as necessidades da indústria e comércio. Com o advento da mecanização massiva do AGRO É TUDO, os sistemas "S" supriram de forma a não faltar mão de obra qualificada. Tem-se o escravo com um salário mínimo que não cobre suas necessidades mínimas, mas com a qualificação certa para os empreendedores! Veio a regulamentação como uma lava mundial e o País teve que adaptar-se. Mudou pouco. Criaram-se os postos de trabalho diferenciados (variação dos capitães do mato - em minha vida profissional de Recursos humanos me deparei, enfrentei e conheci muitos). Criaram-se as hierarquias. Chefetes de setor, Gerentes de áreas, diretores disso e daquilo. Cada um com sua qualificação que lhe dá poderes de vida ou morte sobre os novos escravos logo abaixo de si. Vejam a lucidez da frase: "O sonho do oprimido é tornar-se opressor". Quanta verdade! Quem não almeja um cargo de chefia pra fazer o que não pode com subordinado?
A cada investida dos investidores, criam-se novos escravos.
O salário mínimo já é baixo. Imagine no estágio e primeiro emprego que os salários são abaixo do mínimo e as exigências para serem aprovados são as mesmas que os escravos-padrão? Ah tem também em outros níveis. Nos níveis em que serão moldados os novos capitães do  mato: os terríveis treinees! Os mais aquinhoados sendo treinados para a inefável tarefa de ter poderes de vida ou morte dos subordinados (leia-se escravos de todos os níveis).
Chegamos à agências de empregos, parecem aqueles pregões de escravos de antigamente, só eletizados. Anúncio de 1800 e antigamente: alugo pretinho para todo o serviço. Anuncio atual, muda o enfoque, quem precisa é que anuncia: preciso de pretinho/branquinho/amarelinho/vermelhinho (abriu o leque) para todo o serviço! SALÁRIO MÍNIMO! Isto é as condições de sobrevivência para que consiga levar suas tarefas em frente sem dar muitas despesas.
Chegamos à terceirização. Praga que vende a promessa de libertação da força trabalhadora. Não sei se serviços de limpeza são utilizados pelas empresas particulares (acho que não). Empresas públicas sim. Vamos analisar. São os menores salários de uma empresa. Seja pública ou privada. Não há menor salário. Então criaram-se empresas que trabalham nessa área e pagam o mesmo salário com os mesmos encargos sociais. Estas empresas tem que ter lucro. Então salário + encargos + lucro > salário + encargos na empresa! É matemática. Os gerentes políticos da coisa pública dirigem para os seus, os lucros disso tudo. E tem mais na mesma medida. Fui trabalhar para uma empresa terceirizada. Tive que abrir uma empresa individual e com isso todos os encargos sociais passaram a ser meus. Com um detalhe o salário era a metade do que poderia receber na empresa original. A terceirizada tinha o lucro que os encargos (+- 100%) não contabilizados ficavam com ela...
E assim "la nave vá"!
Com a generalização para todos os cargos (coisa que já acontece - vide o meu caso) todos podem ter seu salário comido pela metade e o seu padrão de vida voltar a ser o que era em 1930. Claro, sempre há outras possibilidades: a flexibilização via acordos com sindicatos pelegos que serão superpostos à legislação trabalhista ainda em vigor!
Se você não sabe, lhe digo: frente ao capital, você sempre será um escravo com ou sem regalias!


























quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Doações Sartorianas - Sem Comentários



Viralatismo e submissão de um País sem rumo!

Sabemos o que os Yankees estão fazendo nesse verão!
Junior Carlos Piaia
20 h
Dos comentaristas do blog, sou o que menos pode ser acusado de anti-americanismo. Nasci alimentado pelo governo dos EUA, meu pai era funcionário da Rubber Reser...ve Company em Manaus durante a Segunda Guerra e o supermercado da companhia era abastecido diariamente por hidroaviões que vinham de Miami. Minha mãe passou toda infância e adolescência nos EUA, tenho seis primos irmãos americanos natos, irmã, sobrinhos, cunhado, tios e tias morando lá, a maior parte da minha família tem raízes nos EUA desde o século XIX, comecei minha vida no CitiBank, fui depois executivo principal de filiais brasileiras de multinacionais americanas.
Não tenho portanto viés anti-americano o que me dá legitimidade para enxergar uma situação anômala, absurda, esdrúxula que está ocorrendo em um quadro que significa a colonização do Brasil pelos Estados Unidos em um grau que jamais ocorreu nos quase dois séculos de existência do Estado brasileiro, situação que parece não incomodar minimamente o Governo, a mídia e a sociedade brasileira, pelo menos naquela que deveria ser a consciência de Nação.

Como é possível que o Departamento de Justiça dos EUA tenha jurisdição inexplicável sobre empresas e cidadãos brasileiros sobre fatos ocorridos no Brasil entre brasileiros ou ocorrida em terceiros países entre brasileiros e governos daqueles países? Onde entra os EUA aí? Quem conferiu ao Governo dos EUA autoridade sobre empresas e cidadãos brasileiros que praticaram delitos de corrupção no Brasil ou na América do Sul? Com base em que tratado o Departamento de Justiça pode processar e aplicar penas e multas a pessoas físicas e jurídicas brasileiras, cobrando valores bilionários que ficam como lucro para o Tesouro dos EUA? Tomam esse dinheiro a título do que? Prejuízos aos EUA? Que prejuízo os EUA tiveram com corrupção no Brasil ou no Peru ou no Equador?
São delitos que não foram cometidos nos Estados Unidos e que não prejudicaram nem o Governo americano e nem seus cidadãos, nem suas empresas, então estão querendo dinheiro em função do que? O Brasil está indenizando qual dano aos EUA?
A Lei Foreing Corrupt Practices Act de 1973 é uma lei americana e não uma lei universal, não pode ser exportada para outros sistemas jurídicos. Há ordenamentos jurídicos internacionais visando combater corrupção, terrorismo, tráfico de drogas, tráfico de armas, de pessoas, de animais, mas esses ordenamentos são de entidades supranacionais e não de um País e, mesmo assim, não se auto-aplicam, é preciso que cada sistema jurídico de cada país recepcione esse ordenamento internacional.
A Lei FCPA não é um ordenamento internacional, é uma lei americana e só vale para empresas americanas ou lá sediadas, não se aplica ao mundo e a países que tem legislação própria. Mas os EUA estão entendendo que sua lei vale para o mundo inteiro, o pior é que tem países, poucos aliás, que aceitam esse delírio, e o Brasil é um deles.
Não vi outros países entrando nessa conversa. Não é o caso de empresas estrangeiras que tem extensas operações nos EUA, como Volkswagen, Alstom e Siemens, nesse caso a lei americana se volta a quem tem subsidiárias importantes nos EUA e, a partir dessa base, a lei se aplica, porque fatos e delitos ocorreram dentro dos EUA ou a partir dos EUA.
Ao que tudo indica, no Brasil, porque ninguém conta a história toda, não se sabe como se formou o processo na Divisão Criminal do Departamento de Justiça, não se sabe bem por quem ou porque esse caso foi parar em Washington, ou porque as empresas brasileiras estatais e privadas viraram caça livre dos procuradores americanos, quando não se vê empresas mexicanas, argentinas, peruanas ou muito menos africanas, árabes e asiáticas sendo alvos do citado Departamento.
Porque só as empresas brasileiras seriam pecadoras? A Odebrecht sequer é empresa com ações em bolsas americanas, tem obras nos EUA mas essas obras não tem relação com seus negócios em outros países ou no Brasil, e portanto não há razão alguma para ser processada pelo Governo americano.
A Odebrecht não subornou funcionários americanos, não cometeu delitos em obras públicas dos EUA, o que tem a ver o Departamento de Justiça com a Odebrecht no Peru?
Essa intromissão do Departamento de Justiça está baseada em que princípio legal se a empresa, os executivos, os fatos não aconteceram nos EUA? Refiro-me aqui EXCLUSIVAMENTE sobre os processos do Departamento de Justiça por infração a Lei Foreing Corrupt Practices Act de 1973, não me refiro a processos civis de acionistas e nem a processos por jurisdição eleita da Securities and Exchange Commission (SEC), em casos em que as empresas aceitam previamente o julgamento de tribunal americano.
Pessoas leigas, mesmo jornalistas, não entendem essas diferenças e misturam os contextos, são casos completamente diferentes, por causa da listagem em bolsa americana de suas ações, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) tem jurisdição válida sobre empresas brasileiras que tem ações na bolsa de Nova York e pela mesma razão acionistas minoritários americanos podem recorrer a tribunais americanos contra essas companhias.
Não é o caso do Departamento de Justiça, que estou a tratar aqui por considerar inexistente jurisdição extraterritorial americana sobre casos ocorridos fora dos EUA.
O fato é que não há base legal alguma a não ser a vontade desse Governo em controlar atividades de grandes empresas estratégicas não americanas mesmo que não tenham raízes nos EUA.
Não há base no Direito Internacional, não há base em Tratados, o chamado Acordo de Cooperação Judiciária Brasil EUA de 2001 não dá nenhum amparo para extensão de jurisdição extraterritorial e, mesmo que fosse possível, há uma cláusula de imunidade que pode ser invocada pelo Estado brasileiro para temas de "interesse essencial" de cada Estado.
O Acordo é para um Estado pedir colaboração a outro, não é para um invadir território jurisdicional do outro contra a vontade deste. Essa extensão jurisdicional sobre empresas e pessoas estrangeiras pode ser tentada pelo Governo dos EUA, mas não há porque ser obedecida, a tentativa teria que ser in limine rejeitada pelo Governo do Brasil inclusive com apelo à Corte Internacional de Haia para firmar limites. A própria tentativa de processar pode não ser aceita por ser ilegal e deve ser resistida.
No caso da Petrobras, Embraer e Odebrecht o processamento e aplicação de multa não tem base legal e deveria ter sido rejeitada porque os fatos se passaram fora dos EUA e este País não tem jurisdição sobre esses fatos. Como é possível o Departamento de Justiça cobrar indenização sobre delitos praticados em terceiros países pela Embraer e Odebrecht e ficar com essas multas ao invés de repassá-las para esses países prejudicados?
A que título o Governo americano cobra e retém esses valores, se o Governo americano não foi atingido ou prejudicado por essa corrupção? Trata-se então de polícia do mundo? Também é polícia da China, da Rússia? Ah, aí não, porque eles não deixam.
É possível a criatividade do Departamento de Justiça inventar jurisdição a partir de qualquer liame arbitrário, porque usou dólar, porque usou banco americano, porque usou a internet, porque o executivo tomou Coca-Cola, eles são criativos para jogar sua malha pelo mundo.
E não me venham com tecnicalidades. Amigos e parentes que são sócios de escritórios de advocacia "globalizados" me retrucam: "Ah mas lá a lei se aplica a tais casos”. E daí? Conteste-se, sempre contestar, não precisa abaixar a cabeça, cada lei tem mil interpretações, os procuradores americanos podem achar qualquer coisa, mas a parte contrária tem que contestar sempre, especialmente contestar a jurisdição da lei americana sobre casos ocorridos no exterior.
Já contei aqui o caso da subsidiária francesa da Dresser Industries, uma multinacional americana que foi impedida por Washington de fornecer compressores para gasodutos russos que tinham como destino a Alemanha. O Governo francês nacionalizou a filial francesa da Dresser para manter o contrato com a Rússia. A postura do Governo do Brasil nessa questão parece partir do princípio que é uma questão privada das empresas e que não diz respeito ao governo brasileiro, por essa razão sequer o Itamaraty tomou defesa das empresas brasileiras, como faria qualquer chancelaria do mundo.
Quando o Presidente Temer esteve no Japão, em Setembro, a primeira manifestação viva voz do Primeiro Ministro japonês foi a de protestar pelo envolvimento de empresas japonesas na Lava Jato. O dirigente nipônico estava visivelmente contrariado e fez a mais enfática defesa das empresas de seu País.
A postura do governo do Brasil, não só o presente governo mas também o governo passado, de não se envolver, é incompreensível. Não é uma questão privada, é uma questão de Estado. Parece que o governo do Brasil não tem noção clara do que é um Estado nacional.
Ainda que se pudesse defender que é um problema privado no caso das empreiteiras, no caso da Petrobras o interesse do Estado brasileiro é direto, é o seu patrimônio, reputação e futuro em jogo, é um confronto de jurisdições e isso diz respeito ao Estado.
Quando eu era CEO de uma subsidiária de multinacional americana no Brasil, recebia declarações para assinar obrigando a cumprir o embargo a Cuba e cumprir a FCPA, quer dizer, um brasileiro ser obrigado a cumprir a lei americana no Brasil, se não assinasse estava fora.
Esses "sistemas" de extrapolação de jurisdição é portanto coisa antiga e só tem aumentado, mas o governo de um grande País pode brecar essa tentativa por ser ilegítima, mas, para isso é preciso querer e é coisa de governo, empresa e indivíduos isolados não tem meios de enfrentar, é uma questão de governo.
Ao final da Segunda Guerra havia 1.200.000 soldados americanos na Inglaterra, à espera da invasão do continente europeu. O Exército americano queria aplicar a lei americana de segregação racial que impedia que soldados negros (a maioria dos soldados eram negros) frequentassem bares onde estavam soldados americanos brancos, a PE americana entrava no bar e arrastava para fora os soldados negros.
Isso gerou enorme conflito com o sistema judicial britânico que disse ser inaplicável no Reino Unido uma lei americana mesmo entre americanos, os juízes ingleses baterem de frente e impediram essa aberração, o fato é muito conhecido e mostrou como os americanos querem exportar suas leis para o mundo inteiro.
Ao fim houve um protesto duríssimo do Rei Jorge VI que disse não admitir segregação racial no território inglês com guerra ou na paz.
As tentativas de extensão de leis americanas para o resto do mundo podem ser resistidas e os próprios americanos esperam contestações a esses avanços, parece que o Brasil tem vergonha de contestar, talvez porque ache deselegante ou antipático, afinal se cumprirem direitinho as leis americanas serão elogiados e convidados para drinks no happy hour.
O Governo do Brasil errou profundamente quando não reagiu liminarmente à prisão de Jose Maria Marin na Suíça. Mesmo com sua péssima folha corrida, Marin representava naquele evento e momento o país Brasil. Não poderia ser preso pelo FBI da forma que foi, sem qualquer protesto do Governo do Brasil, preso sem processo, sem condenação, sem acusação formal, com qual autoridade foi preso? Detentor de passaporte brasileiro, alguma proteção esse passaporte deveria oferecer-lhe.
Foi esse o primeiro ato de extrapolação jurisdicional do Departamento de Justiça, que passou batido e os estimulou a maior ativismo ainda. Lembro como a mídia brasileira soltou rojões com a prisão de Marin, sem perceber o princípio em jogo e não a pessoa de Marin.
Quando se rompem princípios, os danos vem depois e é o que está acontecendo, agora os brasileiros tem que trabalhar, exportar muita carne para os EUA para gerar dólares para pagar multas indevidas ao Tesouro americano.
O caso FIFA é emblemático. Os EUA não tem nenhum envolvimento com o futebol, mas percebendo que é o esporte de maior número de torcedores no mundo, sonham em controlar o "negócio" do futebol através de uma corporação com ações listada na Bolsa de Nova York.
Como disse o cientista político Paul Boniface, presidente do Instituto Francês de Relações Internacionais, o que eles querem é o "negócio" da FIFA, todas as ações americanas tem no final um objetivo de "business", é da História americana, como disse o Presidente dos EUA na década de 20, Calvin Coolidge, o negócio dos EUA é "fazer negócio", está na alma do País para o bem ou para o mal, atrás de todo movimento há um objetivo econômico.
Essa intromissão descarada e aberta do Governo americano nos interesses brasileiros nunca houve antes nessa forma tão esdrúxula.Faz lembrar o passado colonial dos juízes de capitulações em Shangai e em Alexandria, quando a China e o Egito, subjugados à potencias imperialistas, aceitavam juízes estrangeiros em seu território com jurisdição sobre causas onde estivessem envolvidos seus nacionais.
No caso da Odebrecht e Embraer é ainda pior, não há americanos envolvidos nos casos de corrupção, como então admitir procuradores americanos processando causas onde não estão em jogo interesses dos EUA? Quem os chamou e porquê? Como é possível o Brasil, suas classes dirigentes, sociedade, forças aramadas, aceitarem essa jurisdição sobre interesses brasileiros, sem protestar ou, pior ainda, aceitando e gostando?
Por André Araújo/GGN

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Pósmonição

Para entender o que se diz aqui nesta postagem, leia a postagem: http://blogdobentinhodeitaara.blogspot.com.br/2016/11/sonho-ficcao-factivel-comprovado.html

O Sinistro da Justiça recebe um telefonema dos estranja.
-Estou aqui nos States sendo massacrado pelos coordenadores da CIA. Motivo? Não conseguimos movimentar os sheeples contra tudo que aí está!
- Mais chefe, estamos fazendo de tudo. Todos os dias lanço um problemaço, faço as maiores  barbaridades em termos jurídicos e nada. A sheepleiada nada. Só umas que outras figurinhas carimbadas que se metem a besta defendendo pobre sem casa. O senhor também não ajuda. Tem que vazar mais delações contra nós no governo. Prender o Nine. Pegar pesado contra o partidinho aquele, a Geni dos Partidos que até quem se diz parceiro tá metendo o pau.

-Vou repetir o que me disseram e que me obrigo a repassar, falou a voz da chamada internacional: "Os fornecedores de armas estão apreensivos. Sem revolta, sem armas; sem armas sem dinheiro; sem dinheiro não há retorno do capital já investido! Olha o que já fizemos por vocês. Há uma chuva de dólar caindo nos bolsos dos políticos, imprensa, justiça de todos os níveis e nada! Até embaixador especialista em promover/conter revoluções e rebeldias deslocamos pra vocês e nada?
NADA, NADA, NADA!" Perdemos o Timming para enjaular o perigosíssimo Nine. E sem Timming a falta de provas nos deixa de mãos atadas. Movimenta o teu pessoalzinho do PCC. Vão ganhar a Colombia  de graça, faz eles trabalharem. Não me disse que eles eram piores que os implantados do ISIS? Fornece uns dinheirinhos extras para aqueles outros do Norte pra inticar com o PCCSDB. Bota fogo no País, mas com brutalidade. Fala pro MT botar o bloco dele na rua, ops, os milicos dele na rua com ordem de atirar primeiro e depois perguntar. O Santo também não colabora. As coisas tem que ser violentas, nada de balinha de borracha. Tem que começar a correr sangue! SANGUE, tá entendendo.
- Tá bem, vou movimentar meus amigos. Vou fazer uma reunião com MT!
Acordei ou saí do transe? Foi uma pós-monição? Há alguma coisa entre os céus e a terra que nós não sabemos mas imaginamos?
Aguardemos os próximos capítulos.