COSTELÃO DE NOVILHA

COSTELÃO DE NOVILHA
A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

sábado, 29 de março de 2014

Os esportes como desencadeadores de agressividade.


Os esportes, os jogos, as liças antigas foram surgindo na medida em que os homens não tinham mais as lutas constantes. Simulam as guerras com ataques, defesas e estratégias e como toda a competição, há vencedores, vencidos e em alguns não há empates e se os há, um critério de desempate fornecerá o vencedor...
Porque  debruço-me sobre esse tema? As últimas notícias sobre um esporte que será o centro das atenções do mundo no nosso país. Brigas nas torcidas dentro dos estádios. Briga de torcidas no entorno dos estádios. Atos de vandalismo, atos de preconceitos, atos que ferem a justiça e lisura dos jogos, sejam intencionais ou não.
Outro fator que me fez pensar foi o fato de não tendo contendor, o termo é bélico, jogo xadrez com o computador.  Dei-me  conta, algumas vezes, que ficava com raiva por ter perdido, e vibrava agressivamente quando ganhava... Puxa, um simples jogo em frente à tela sem compromisso, para manter a mente ocupada e deixar um certo alemão bem longe, mexendo com coisas primitivas ainda arraigadas lá no fundo. Considero-me bem racional, mas senti que ainda preciso melhorar e muito.  Mudei para o jogo de xadrez  levado pela orientação de uma professora em  curso de Conscienciologia que, usando a analogia do vício, os joguinhos de cartas (paciência, spider e outros) não seriam tão legais para o mister que eu propunha... Aí veio a constatação de que o xadrez é o jogo de salão mais realista de uma batalha...  E as batalhas trazem a raiva, o ódio, o extremismo, o sabor  de vitória e de derrota e sentimento de vingança.
Todos os jogos de equipes foram alicerçados nas artes das guerras. Todos os movimentos são de guerras. Todos os objetivos são de guerra. Todas as conquistas são de guerra. Todos os troféus são de guerra. Se hoje não há prisioneiros das guerras dos jogos, os simpatizantes que torcem pelo inimigo, serão meus prisioneiros. Como nas guerras, não devo fazer tudo que quero com eles, mas posso,  por força do livre arbítrio, fazer mesmo assim. Se você que estiver escutando uma partida de futebol pelo rádio, se convencer mentalmente que só quer ouvir o que o narrador diz abstendo-se de que é um jogo, se dará conta que todas as descrições dos movimentos é de uma batalha em que hora um ataca ora outro. Haverá inclusive as infrações comuns às guerras: atos que ferem a lisura dos jogos por infringirem normas internacionais...
Uma passada por alguma rede social e veremos exatamente o que descrevo. Achincalhe com os adversários, gritos de “guerra”, ameaças... Misturem-se álcool e algumas mentes já problemáticas e teremos o ambiente pré-desenhado. Na multidão sou mais forte. Na multidão não preciso temer. Na multidão a minha vontade prevalece. Na multidão me vingo de um mau resultado. Na multidão posso ser irracional e colocar minhas neuras para fora.
Esse comportamento se observa em todos os aspectos da vida social. Basta alguém postar alguma barbaridade, que o primeiro impulso é compartilhar, sem senso crítico por mínimo que seja. É o grito de fogo/tiro na multidão. A irracionalidade mais primitiva aflorando. Olhem o que se diz da diminuição da maioridade. Olhem o que se diz dos políticos. Olhem o que se diz da pena de morte. A razão está presente?  Com certeza não. Não nos detemos para pensar. Não analisamos se é o que nos foi ensinado. É só emoção. É só o fígado se manifestando. Nem é o coração se manifestando, pois neste órgão muitos  depositam um pouco de amor e compreensão... É a Lei de Talião habitando mentes ultrapassadas...

Então, fazendo um paralelo entre torcidas e ambiente dos jogos com os ambientes  que nos cercam, o que acontece antes, durante e depois dos jogos não é a execução dos atos de agressão verberados?

segunda-feira, 17 de março de 2014

A cruzeirinha criada como mascote!

 
Meu pai foi um colono em Santa Rosa. Tinha um açude na propriedade feito por ele. Abaixo (à jusante) tinha uma lavourinha de arroz. Com o tempo, o açude estava povoado de traíras e jundiás. No mato, uma touceira de bambu fornecia varas para diversas utilidades, desde travessas para o rancho até caniços. Resolvido a pescar, escolheu e cortou um caniço de mais ou menos cinco metros e deixou-o secando na sombra do mato.
Seis meses antes disso, quando cruzava a lavourinha de arroz encontrou uma cruzeira morta. Olhou em volta procurando, pois que sabia quando uma está morta o companheiro ou a companheira estará por perto. Nada encontrou. Andou mais uns metros e deu de cara com uma cruzeira filhotinha. Ficou com pena. Levou a mão e ela se enrodilhou até facilitando ele pegá-la e colocá-la no bolso. Levou pra casa, caçava ratinho e passarinho e foi alimentando ela. Quando chegava ao rancho, a primeira que vinha encontrá-lo era a cruzeira que de pequena já não tinha mais nada.
O tempo passou e chegou à época do causo. Já tinha se passado mais de semana e o caniço já estava seco. De volta para o rancho, caniço na mão, enxada no ombro, abriu a cancelinha que dava para o pátio do rancho. Quem estava esperando para dar o bote? A cruzeira. Meu pai argumentou: -Mas então, te salvei a vida, te alimentei, cuidei de ti e queres me atacar? Saiu lágrimas dos olhos, mas a cruzeira não desistiu, deu o bote! Mais rápido que ela meu pai levou o caniço e se protegeu com ele. Os dentes da cruzeira pegaram na base do caniço e ela ficou presa. Com a enxada meu pai matou a cruzeira! Ainda sentido, enterrou a ingrata no pátio, largou a enxada e o caniço encostados ao lado a porta do rancho e entrou.
No outro dia bem cedinho, iria à pesca. Não tinha raiado o sol ainda quando levantou, fez um farnel e saiu para rumar ao açude.
Abriu a porta do rancho e automaticamente levou a mão ao caniço. Não conseguiu levantá-lo! Estranhando, olhou para ele e se deu conta: com o veneno da cobra o caniço inchou muito, ficando com a aparência e o peso de um toco de angico...
Verdade Dom Joel, verdade...

Postado por JOEL BENTO CARVALHO - ITAARA'S BLOGS às 11:53 em 16 de maio de 2013