Até 2013 tinha sob meu comando 6 blogs onde tratava de vários assuntos que enfocavam vários de meus interesses. Por vontade própria, foram deixados de lado por motivos de foro íntimo. Retorno como blogueiro, trazendo como sempre fiz, assuntos variados, mais comedido mas ainda interessado na verdade. Escolhi como título o "Churrasqueiro" por que, para o gaúcho, o ambiente da churrasqueira é propício para a colocação e discussão de todos os assuntos.
COSTELÃO DE NOVILHA
segunda-feira, 17 de março de 2014
A cruzeirinha criada como mascote!
Meu pai foi um colono em Santa Rosa. Tinha um açude na propriedade feito por ele. Abaixo (à jusante) tinha uma lavourinha de arroz. Com o tempo, o açude estava povoado de traíras e jundiás. No mato, uma touceira de bambu fornecia varas para diversas utilidades, desde travessas para o rancho até caniços. Resolvido a pescar, escolheu e cortou um caniço de mais ou menos cinco metros e deixou-o secando na sombra do mato.
Seis meses antes disso, quando cruzava a lavourinha de arroz encontrou uma cruzeira morta. Olhou em volta procurando, pois que sabia quando uma está morta o companheiro ou a companheira estará por perto. Nada encontrou. Andou mais uns metros e deu de cara com uma cruzeira filhotinha. Ficou com pena. Levou a mão e ela se enrodilhou até facilitando ele pegá-la e colocá-la no bolso. Levou pra casa, caçava ratinho e passarinho e foi alimentando ela. Quando chegava ao rancho, a primeira que vinha encontrá-lo era a cruzeira que de pequena já não tinha mais nada.
O tempo passou e chegou à época do causo. Já tinha se passado mais de semana e o caniço já estava seco. De volta para o rancho, caniço na mão, enxada no ombro, abriu a cancelinha que dava para o pátio do rancho. Quem estava esperando para dar o bote? A cruzeira. Meu pai argumentou: -Mas então, te salvei a vida, te alimentei, cuidei de ti e queres me atacar? Saiu lágrimas dos olhos, mas a cruzeira não desistiu, deu o bote! Mais rápido que ela meu pai levou o caniço e se protegeu com ele. Os dentes da cruzeira pegaram na base do caniço e ela ficou presa. Com a enxada meu pai matou a cruzeira! Ainda sentido, enterrou a ingrata no pátio, largou a enxada e o caniço encostados ao lado a porta do rancho e entrou.
No outro dia bem cedinho, iria à pesca. Não tinha raiado o sol ainda quando levantou, fez um farnel e saiu para rumar ao açude.
Abriu a porta do rancho e automaticamente levou a mão ao caniço. Não conseguiu levantá-lo! Estranhando, olhou para ele e se deu conta: com o veneno da cobra o caniço inchou muito, ficando com a aparência e o peso de um toco de angico...
Verdade Dom Joel, verdade...
Postado por JOEL BENTO CARVALHO - ITAARA'S BLOGS às 11:53 em 16 de maio de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário