COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

domingo, 21 de junho de 2020

Capando o Governo.

Os gáuchos tem algumas particularidades na arte de capar cavalos.
A que seria mais indolor e humana, seria anestesiar o animal e num ambiente cirúrgico, imolar a natureza procriativa do mesmo. Não é usada. Como é um animal não merece a consideração dos ditos humanos.
A mais usada é a sujeição do bicho via tombos, maneias, pés no pescoço, um agarro sucessivo em cada um dos testículos, um corte superficial na pele de maneira a permitir a sua saída e extirpar com um corte com a faca carneadeira.

Do mestre da poesia nativa gáucha, Jayme Caetano Braum, uma ode ao sacrifício tradicional da masculinidade dos potros:

"Remorso de Castrador
Um pealo, um tombo, um grunhido
de impotente rebeldia.
O sangue da cirurgia,
na faca e no maneador!
Nada pra estancar a dor,
do potro que sem saber,
perdeu a razão de ser,
na faca do castrador!

Há uma bárbara eficiência
nessa rude medicina.
O sangue é limpo na clina
que alvoroçada revoa!
Pouco interessa que doa:
a dor faz parte da vida!
Há de sarar em seguida
desde guri tem mão boa"

Há um terceiro tipo de castração, também muito pouco usado: o garroteamento. Este consiste em utilizar um aro de borracha envolvendo o escroto, logo após os testículos, de modo a impedir a circulação. Os testículos caem apodrecidos.

A castração serve para apaziguar o instinto do animal que de outra forma se rebelaria de maneira mais violenta na hora da doma.

Diante do cenário político do Brasil, vemos um cavalo velho enfurecido e , mais do que isso, acuado pelos próprios desmandos e de sua prole. Temos que lhe colocar um freio e lhe tirar as bolas para que a volta à normalidade seja a mais pacífica possível. Como se dará isso?

Nem quem lhe deixou aflorar os instintos redomões não sabe como fazer. Por enquanto estão só lhe cercando, dando-lhe açoites aqui e acolá mas agora estamos na fase em que a tropa onde se acoita gostou da postura de garanhão rebelde e bufa em resposta. Ou pealamos de sopetão, de cucharra, mas de olho no resto da tropa, ou teremos que castrar um a um num esforço hercúleo. As duas opções darão muito trabalho e com certeza haverão baixas de ambos os lados numa refrega que nunca houve no Brasil e, talvez, com isso, tenhamos um sentimento verdadeiro de Pátria.

Então, estamos adiando a solução cirúrgica, com anestesia e todo o aparato para uma cicatrização da pátria, por veleidades da esquerda, pelo não saber o que fazer de quem sabia de que se tratava esta governança espúria e onde nos levaria e por fim, quem deveria estar realmente cercando o cavalo doido, o povo, que está anestesiado e nem sabe o que está acontecendo.

Quem poderia fazer a castração tradicional com os elementos legais a lhe dar apoio, titubeia, temeroso da rebeldia da tropa, cuja infiltração em suas forças, lhe deu poder inimaginável. Não creio que o façam à sombra de um potro de sobre ano (cabo) e dois potrilhos nem bem desmamados (soldados).

Por fim a terceira via, vislumbrada por quem tem saber notório e ter sido criado no campo. Como bom campesino vê na própria arrogância do cavalo velho a sua derrocada. Dará pouco trabalho dar-lhe um pealo, colocar-lhe a argola de borracha e deixar que o próprio organismo estirpe ou rejeite dolorosamente o que nos aflige. Haverão muitas baixas ainda por conta dos manotaços diretos oriundos de suas ações e muitas mais por suas omissões (Covide 19)

Há figuras, entidades e atores envolvidos nesse espectro político que cabem em cada uma das soluções.

E o povo? Ah o povo. Está anestesiado pelo anestésico que deveria ser aplicado no Cavalo Velho!

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