Estava vendo o esporte na telinha, mesmo com reservas, e me
deparo com a entrevista do Técnico Abel sobre o último jogo do Internacional
contra o Sport do Recife e alguém deve
ter perguntado sobre o sufoco que o time teve nos últimos 15 minutos de partida.
Não se sabe o que o repórter perguntou (tática da emissora para deixar no ar
a resposta ou era de uma outra emissora)
que o Abelão atacou geral: “ Por que não
ressaltas os 32 minutos anteriores do segundo tempo e os 45 minutos do primeiro
tempo em que o Inter fez dois gols e teve inúmeras oportunidades de fazer mais.
Vais julgar o Inter pelos 15 minutos?”
Mutatis mutantis, é o que se vê em todos os assuntos da
mídia. O importante e que ela traz a
público é o fato ruim, o que deslustra, o que deprime, o que dá medo, o que,
ressaltado, conduz quem não está ligado ao complexo de vira-latas. É como
aquele aluno nota dez que em uma prova não acerta uma questão e é vaiado pelos
colegas...
Não importa que o Brasil esteja formando mais técnicos
atualmente do que formou em todo o passado. Não importa que o Brasil esteja
criando mais cursos técnicos do que todos criados anteriormente. Não importa
que o Brasil esteja criando mais faculdades públicas. Não importa que estamos
com um sistema de ingresso nas
universidades que permite equidade entre os que teem mais oportunidades e os
que não foram bem aquinhoados. Não importa que mais e mais jovens promissores
estejam estudando em universidades de todo o mundo. Não importa que há mais
escolas em turno integral do que sonhou Darci Ribeiro e Leonel Brizola. Não
importa que hoje os aluninhos de todo o Brasil que estudam em escola pública
vão de ônibus escolar para sua escola, esteja onde estiver. Não importa que o
número de creches esteja aumentando geometricamente.
Importa denegrir o governo dizendo que não há técnicos.
Importa que existem cotas. Importa que casos pontuais de desempenho dos alunos
no exterior estejam abaixo do esperado. Importa que alguns alunos façam
porcaria no ENEM demonstrando que tiveram a aprendizagem mas não aprenderam.
Importa o desempenho de quem não quer aprender e estudar.
Muitos são contra as cotas, passar de ano sem ter o preparo
e muito mais. Tudo bem. Não precisa ficar contra pois a seleção natural irá dar
conta de que não sigam adiante. Não é isso que apregoam? A concorrência será
leal e quem não tiver competência não seguirá adiante. Isso é o fulcro
principal: Igualdade de condições. Passará a frente, estudará mais, terá
melhores oportunidades quem se destacar mas com a arrancada igual, em mesmas
bases.
Poderia discorrer no mesmo diapasão sobre Saúde, Segurança e
Petrobrás. Todos achincalhados por uma mídia tendenciosa. O complexo de vira-latas
é implantado dessa maneira...
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