Até 2013 tinha sob meu comando 6 blogs onde tratava de vários assuntos que enfocavam vários de meus interesses. Por vontade própria, foram deixados de lado por motivos de foro íntimo. Retorno como blogueiro, trazendo como sempre fiz, assuntos variados, mais comedido mas ainda interessado na verdade. Escolhi como título o "Churrasqueiro" por que, para o gaúcho, o ambiente da churrasqueira é propício para a colocação e discussão de todos os assuntos.
COSTELÃO DE NOVILHA
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Reflexões sobre o artigo de Mauro Santayana – É preciso reagir
Mauro Santayana - É Preciso reagir.
É preciso reagir. Os alemães dos anos 20 e 30 não reagiram, quando grupos de nazistas atacavam os judeus e comunistas. Os democratas europeus não reagiram contra as chantagens de Hitler no caso do Sarre, da anexação da Áustria, do ultimato de Munique. Dezenas de milhões pagaram, com o sofrimento e a vida, essa acovardada tolerância.
Não sou propriamente amigo do Mauro Santayana, mas seu leitor, ávido e atento. Santayana neste escrito – É preciso reagir – ataca os movimentos que estão feitos, segundo a imprensa internacional, para higienizar as cidades brasileiras. Fecho com ele ipsis literis. Mas dentro desta linha de pensamento – reação – precisamos reagir à essa volta aos tempos das cavernas que estamos vendo inclusive em pessoas de bons conhecimentos e inteligência longa. Açoitados em todos os noticiários com crimes hediondos, crimes banais (se é que se pode chamar um crime de banal), comuns mas com todos os detalhes sórdidos de um crime eviscerados com um único propósito: chocar os leitores, espectadores e ouvintes e desse modo criar o caos... Falam em crime “bárbaro que chocou a população”, como se TODOS os crimes não fosse bárbaros e chocantes. O momento de aleijar uma pessoa ou tirar-lhe a vida é bárbaro e chocante na mesma intensidade independente do modus operandi do criminoso. Pouco interessa se usou um carro importado ou uma navalha. O impacto – o aleijume ou a vida perdida – é o que interessa.
Quantos milhões de pessoas vivem em São Paulo, capital e seus arredores? Cifra para quase vinte milhões? Pelas reportagens, é um tiroteio só. Estou pensando em ser papa-defunto em São Paulo! Seriamente pensando. Aquilo lá é um filão de ouro. Se e somente se, confirmarem-se o tempo proporcional destas notícias do total dos jornais, em números de crimes, abrirei uma loja para venda de caixões... Se um só jornal o Nacional, dá de seus 45 minutos, 30 de assassinatos, é dois terços da população assassinada semanalmente. Já nem mencionei diariamente. Isso dá quase quatorze milhões de mortos. Vai ficar que nem Carandiru! Vai ter presunto empilhado e falta de último leito nos cemitérios.
Agora, sem humor, que a coisa é séria! As redes sociais estão cheias de menções às diversas religiões. Frases de consolo, amor ao próximo, boas intenções. E não mais que de repente, a pessoa que as postou, coloca-se a favor da pena de morte, a favor da volta da ditadura, a favor da alteração do limite da maioridade, numa ira de bárbaro que quer, babando, se der, fazer isso com as próprias mãos.
As soluções para a diminuição de crimes começam pela palavra inclusão. E leva algum tempo para surtirem efeitos. Já estamos observando que a política de inclusão do Governo Federal, iniciada timidamente, para compensar os malefícios causadas por ele mesmo com a abertura neo-liberal, por Fernando Henrique Cardoso, ganhou impulso e virou política de Governo para valer nos governos subseqüentes, está aí para mostrar que o investimento no social é sim um caminho para a diminuição de crimes. Já há estudo nesse sentido. Só não dá para nos indignarmos, depois de quinhentos anos, com essas coisas, e pedir que num estalar de dedos se faça o que não se fez naqueles quinhentos.
E o estalar de dedos tem nome: higienização via mortes de mendigos, mortes de criminosos, prisão perpétua, modificação de limites de idades, ditaduras militares...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário