COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

sábado, 3 de maio de 2014

Uma cachorrinha chamada Milú

Milú
Quatro letrinhas miúdas que descrevem uma cachorrinha miúda. Peludinha, rabo de espanador, overa (branca e preta),  dócil. Como defino se pisarem nela ela que pede desculpas. Apareceu na área útil do condomínio abandonada pois estava grávida. Tinha uma companheira abandonada também grávida e as duas deram cria em um porão de uma casa em que as visitas dos donos são raras. A Milú deu cria a duas cachorrinhas uma das quais, morta. A outra ainda está viva, adotada por uma família. Quem vê a filha, não imagina a mãe: porte de pastor alemão apequenado pela cruza. Tive a honra de alimentá-las, dar água, verificar problemas, enfim cuidá-las sem ter a responsabilidade sobre elas como se elas fossem minhas donas.
O tempo passou, houveram mais partos da Milú em outra casa, à minha revelia. Nessa altura todas as pessoas adotaram de longe a Milú. Recebeu vários outros nomes, um até sugerindo que fosse do sexo masulino: Gico. Sempre alegre, brincalhona com crianças, respeitosa com adultos e inimiga feroz dos gatos...
Mais um ano e a Milú engravidou novamente de cachorro grande. Acompanhei a gravidez dando uma alimentação mais à base de ração. Isso quando ela aparecia para  comer, nômade que era. Passou o tempo necessário para completar a gestação e quase não via a Milú. Um belo dia dei de cara com ela na minha rua. Vinha pesada com uma barrigona enorme. Fiz-lhe festa e ela não correspondeu. Parecia que não escutava nada. Observei melhor e vi um líquido preto saindo de sua vagina. Fétido. Procurei ajuda de um vizinho e levamos para o hospital veterinário da UFSM. Cesariana, quatro filhotes enormes mortos, perda do Basso, Pâncreas, pedaço do Fígado, pedaço do Intestino Delgado e de todos os órgãos reprodutores. Uma semana dando antibióticos com comidinha boa. Milú estava boa novamente, com uma mudança do comportamento nunca mais me abandonou.  Se ouve os barulhos que faço normalmente para sair, levanta de onde estiver e presta  atenção nos meus movimentos. Me acompanha onde tiver que ir. Se vou tomar o ônibus, me acompanha até que embarque e volta para casa.
Dia desses, vendo uma reportagem sobre o amor de um cão por um morador de rua hospitalizado, rezei para que ela se vá primeiro que eu. Para que não sofra uma perda que não irá entender...

Os gatos, ah os gatos...

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