COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

domingo, 29 de março de 2015

As bandeiras (Or the flags).


Meu inglês sempre foi  ruim. Minha intuição sim é melhor. Quando prestei vestibular na Unisinos 1973/74, optei por inglês mesmo sabendo nada. Sei ler e isso me salvou. O texto de que derivaria todas as perguntas mencionava flag. Se a memória não me escapa e nem me atraiçoa, falava da marcação por bandeiras nas comunicações entre navios – claro que nos antigos à vela! Fui deduzindo e consegui responder boa parte das questões.
Já na vida profissional, “os flags” eram marcações em dados que nos interessariam, eram alvos de nossa pesquisa, eram o que os nossos programas deveriam dar atenção, eram os dados que são importantes. Derivavam sim das bandeiras navais.
Sempre levantei a bandeira de que corrupção, sonegação, elisão, elusão e desvios afins, são pura e simplesmente casos para as polícias, órgãos de fiscalização e justiça resolverem. Basta para isso que tenham liberdade para resolverem sem óbices de espécie alguma. Principalmente política. É soltar os cães de guarda, diria eu fantasiando.
É da natureza humana dos humanos de uma escala moral mais baixa – mesmo que numa posição mais alta das castas humanas -  desvios tentando aproveitar-se - via brechas das                   leis, via compadrios, via brechas criadas por sua influência, via compra de participação criminosa – para aumento de vantagens econômicas pessoais ou de grupos de pessoas de sua relação.
Isso é bíblico ( Judas case), isso é religioso ( vide escândalos no vaticano, malas de dinheiro de pastores), é histórico (vide Roma antiga com seus senadores), é brasileiro (vide a nossa história, com os imperadores fazendo vistas grossas para os diversos tipos de desvios para complementar a renda de seus funcionários graduados), isso é continuação de governos nossos coniventes com o que acontecia quando não facilitaram com leis, decretos e afins, o assalto (mudança na forma de contratação da Petrobrás, para trazer um exemplo recente).
Ora, as leis que engessam as licitações públicas foram criadas para isso mesmo: engessar, tornar padrão, tentar coibir desvios, prevenir as ações que as corroem. Mesmo assim, pela ação de pessoas inescrupulosas, tanto corruptores como corrompidos, conseguem agir.  Há que melhorá-las, aperfeiçoá-las e não afrouxá-las. Os mecanismos criados pelos últimos governos estão dando resultados. Estão apertando todos. E os cães de guarda estão soltos.

Então essa bandeira de coibir mal feitos – para usar uma expressão da moda – é minha e de muita gente. Mas essa muita gente toda quer realmente acabar com as falcatruas? Os exemplos de pessoas com problemas iguais ao que querem combater bradando aos quatro ventos “abaixo corrupção”! É lícito? É o que realmente quer ver acontecer ou é seletivo em querer barrar a “corrupção dos outros”? A sua, noves fora, nada? Não falo nem nas corrupçõezinhas  que cada uma pratica das mais variadas formas de corruptelas cotidianas, pois mesmo que tenham tendência de crescerem, estão firmemente arraigadas na alma humana e só muitas idas e vindas para esta vida terrena  o farão evoluir.  Mas falo de problemas grandes.  De pessoas com “pedigree”, com vistosos postos, com posições de destaque na sociedade, seja na vida pública seja na vida privada. Nesse contexto, políticos, empresários, detentores de cargos públicos, figuras da polícia, Juizes pretensamente respeitáveis, jornalistas, artistas, apresentadores, empresas da mídia hegemônica, cabeças de movimento, aparecem nesse início de ano, como corruptos, ligados aos mais diversos atos de investigação que os coloca ao nível dos piores bandidos da face da terra pois que roubam dinheiro que é de todos e deveria estar a serviço de melhorias de serviços públicos e não em contas no exterior.
Falando em exterior, sabemos de sua influência nos movimentos ora em andamento no nosso país. Além de externarmos nossa inconformidade com "isso tudo que está aí", devemos alertar, difundir, mostrar, gritar contra as "flags" estrangeiras que estão tremulando livres leves e soltas nas hostes que tentam a moralização seletiva do nosso país. SMJ

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