Pos eu (o burro vem primeiro) e a companheira já não cozinhamos na primeira fervura, mas temos ainda as faíscas namorativas da época que ainda não tinhamos muita experiência e estão muito bem guardadas nas cacholas. Por isso resolvemos tirar o dia longe das coisas entediantes diárias: cozinhar, lavar louça e roupa, varrer, cortar lenha e et coetera. Programamos ir para a cidade maior da Região Metropolitana de Itaara - RMI, uma tal de Santa, a Maria.
A cosa era farta (de bastante e não de faltar) de ideias (ô palavrinha que ficou feia sem o assento, parece que tá nua): algumas comprinhas de cosas que nos faltava, olhar as vitrines, ver o movimento, olhar as novidades, fazer algum lanche, almoçar cosas frugais, e voltar pro aconchego do lar o mais tarde possível. Os namoros propriamente ditos, ficariam para nossa alcova, pos os lugares que o pessoal que não tem onde fazer arte vai, estão muito caros e não carece de gastar o rico dinheirinho das aposentadorias em coisas que se tem de graça. Tem graça!
Como não usamos carro, por opção, iríamos, como sempre, de ônibus. Desceríamos mais ao centro, compraríamos o que nos propusemos, faríamos o tal de lanche da manhã, passearíamos no Shoping Tal (não vou fazer propaganda grátis), almoçaríamos e, à tarde, visitaríamos outro Shoping Tal, matando tempo até pegar o último ônibus da tarde para a capital da RMI.
Para a janta comemorativa, programamos uma tábua de frios. Queríamos uns dois ou três tipos de queijos, azeitonas, pepinos, pão de sanduiche cortado quadradinho com molho à lá Bento - feito com requeijão sabor Chedar, mostarda escura e ketchup vermelho. Complementaríamos com salame italiano, presunto e copa.
Os deuses dos namorados mais passados em idade, têm suas próprias ideias que não necessáriamente são as dos ditos cujos. Então como diz Murphy em uma de suas leis: Se uma coisa tem uma mínima possibilidade de dar errado, dará nos piores momentos e na pior sequência possível. Não sei se o enunciado é esse, mas não sei, só sei que foi assim.
Queríamos ir conversando num colóquio mais íntimo quanto um ônibus permite. Um vizinho nos viu na parada e nos ofereceu carona. Pronto, a intimidade se foi pras cucuias. Ainda bem que nos poupou as passagens. A carona foi com perna de anão, nos deixaram na entrada da cidade. Pegamos outro ônibus.
Queríamos descer no centro, a minha próstata reclamou e tivemos que descer antes pois precisava urinar e tenho já alguns pontos comerciais que me facilitam o uso do banheiro. Com isso a caminhada encompridou.
Olhamos vitrine, entramos numa loja pra comprar alguns produtos de beleza pra parceira e ao sair eu não estava me sentindo bem pois tenho problemas respiratórios que se agravam com vento, principalmente na cabeça. Como queria me amostrá não botei minha boina e fiquei todo entupido e meio zonzo. Entramos em uma cafeteria tradicional de Santa, a Maria, e fizemos um lanche regado à café. Uma paulada: uma xícara valendo 80% de meio quilo de pó de café. Mas como diz o velho ditado: O bom cabrito não berra, paguei sem berrar mas com o cartão da companheira.
Passado o mal-estar com o devido repouso sentado na cafeteria, resolvemos comprar um boné, o que fizemos no prédio dos camelôs. Com os miolos tapados, seguimos nossa saga.
Fomos ao Mega Supermercado Tal (não faço propaganda grátis) comprar alguns dos quitutes que não achamos normalmente em Itaara. Variedade de queijos, alguns nem sabia que existiam, porém os preços não fechavam com minha aposentadoria. Coisa em torno de 100 reais o quilo. Passamos. Não tinha o tal requeijão sabor Chedar. compramos o tradicional. Copa acho que nem fabricam mais, pois também não tinha. Se não tinha, não compramos.
Ao sair do Mega Supermercado Tal, o lanche pesou e resolvemos dar um tempo sentados num dos bancos da avenida com mais bancos que conheço: Av. Rio Branco. Do início ao fim bancos em profusão no canteiro central, dos dois lados.
Depois de cansar de ver o movimento, fomos almoçar. coisa bem frugal: peixe e algumas saladas.
Já cansados resolvemos que voltaríamos às 14 hs ao invés do último horário da tarde.
Sem todos os ingredientes que queríamos descemos em frente a um mercadinho que tem queijo colonial e após fomos ao outro mercado comprar uma morcela branca, salame italiano, azeitonas recheadas.
Se arrastando chegamos em casa. Tomamos um cafezinho passado, nos livramos das roupas e... dormimos no meio da tarde!
À noite degustamos a tábua de frios possível com Sprite já que não estamos tomando bebida alcoolica.
Despois, bem, despois fica entre eu (olha o burro novamente) e a companheira, não fiquem querendo botar o bedelho no namoro dos outros!
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