COSTELÃO DE NOVILHA

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A PROVA DE QUE APRENDI A ASSAR...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

A engenharia da fome



Almocei. É muito bom almoçar. Foi algo frugal carne de porco frita e arroz. Nem salada teve. Mas estava gostoso. alimenta. No meio da tarde um café preto (por gosto) com pães. À noite alguma coisa não muito pesada. É bom ter o que comer. É bom ter qualquer coisa que possa ser comida. É bom saber que amanhã, depois e depois teremos o que comer, não? É muito bom. Comer quando se tem fome e beber quando se tem sede. Como é bom. Na hora certa: quando se tem fome. Vejo outros povos de outras pátrias, de outros continentes, de outras línguas com problemas para... saciar a fome. Não são somente os subdesenvolvidos não. Não sejam preconceituosos. Há famintos nos Estados Unidos da América, Espanha, Portugal, Grécia. Não passam fome pois os estados alcançam bolsas fome. Em alguns não há isso por que o mercado não permite. O mercado (no caso da Espanha) não permite que alguém recolha dos lixos dos grandes supermercados, o que vai fora. Estamos livres disso ou quase. Saímos do Mapa da Fome por conta de atingirmos um patamar razoável em percentual da população que ainda passa fome, mas não um número expressivo. Como conseguimos isso? Vocês conhecem a resposta. Está em um dos programas não escritos de uma candidatura à presidência da nossa República. Tem coisas que não precisam ser escritas. Precisam ser mostradas. Vou usar uma figura religiosa, de uma passagem bíblica. Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrará no reino dos Céus. É uma citação não uma crença minha. Mesma coisa. Nem todo candidato que diz continuarei, continuará. Então lembro que muitas dessas pessoas que hoje saíram da pobreza extrema, poderão sim, voltar a sentir a fome. E a fome é cruel. A fome tolhe todo e qualquer pensamento que não seja saciá-la. A fome não permite aprendizados e consequentemente o aprender a pescar. O aprender, só será possível se tivermos nossas necessidades básicas satisfeitas.

Lembro de um período na década de 1960 quando o pai faleceu e levamos quase um ano para que o auxílio governamental via previdência viesse a nos proporcionar uma vida mínimamente decente. Humilhado ia ao açougue que sempre comprávamos e pedia ossos para fazes comida para cachorro. O açougueiro sabia como estávamos pois não comprávamos mais, então num gesto de bondade dava os melhores e mais frescos com mais carne que normalmente deixava. Com alguns centavos conseguia comprar quirera para pintos. Minha mãe peneirava, deixava os grãos quebrados de molho, no dia seguinte cozinhava com os ossos...

Mesmo vocês bem alimentados, se estiverem um um curso ou sala de aula, se estiverem com fome, interrompam pois não aprenderão nada. Faz parte do animal. Faz parte do instinto de preservação. Como querem que tudo volte à 15 anos atrás, quando um dos maiores problemas do Brasil era a fome de milhões de brasileiros e quando estávamos no auge de privatizações loucas e liberações globais que hoje vemos matando a nossa indústria. Pensem antes de votar. É isso que queremos?

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